A Rússia vai participar de uma missão humanitária internacional na Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, diz estar negociando com o Governo de Kiev, a ONU e a Cruz Vermelha
A Rússia e a Ucrânia, em conjunto com a ONU e a Cruz Vermelha, estão elaborando um acordo para enviar uma missão humanitária às regiões de Lugansk e Donetsk, disse o ministro do Exterior russo Serguei Lavrov neste domingo, em Sochi, no litoral do Mar Negro.
O ministro disse que conversou nos últimos dois dias com seus homólogos dos EUA, Reino Unido e outros países, além de dirigentes da Cruz Vermelha, e suas palavras indicaram que está sendo elaborada uma fórmula internacional para levar ajuda à sofrida população das regiões separatistas, sujeitas aos efeitos dos combates, bombardeios e tiros de artilharia que comprometeram os serviços básicos e provocaram uma onda de milhares de deslocados e refugiados.
Na noite de sexta-feira e no sábado, representantes da Ucrânia, União Europeia e EUA advertiram, com mensagens diferentes, que a ajuda unilateral russa era inaceitável, por entender que poderia servir de pretexto para o envio de tropas à Ucrânia. A questão da ajuda humanitária é “urgente”, “não admite demora” e está “sob o controle do presidente da Federação Russa”, disse o chefe da diplomacia de Moscou, segundo o qual o “cessar-fogo” não só é possível “como necessário”. Os rebeldes, submetidos a crescente pressão em Donetsk, reiteraram o apelo para um cessar-fogo, algo que não interessa a Kiev, por enquanto.
A organização de uma ajuda internacional coordenada foi confirmada em Berlim pelo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que disse ter conversado com vários parceiros europeus sobre a situação humanitária na Ucrânia. “Concordamos que as ajudas humanitárias russas podem ser enviadas apenas com o consentimento do Governo da Ucrânia. O abastecimento da população deve ser realizado por organizações independentes e experientes, como a Cruz Vermelha”, disse Steinmeier. “Nos parece bem que exista um acordo de princípios entre a Rússia e a Ucrânia para receber ajuda humanitária”, disse o ministro, segundo a agência oficial russa Itar-Tass. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, por outro lado, disse estar disposto a aceitar a ajuda humanitária se esta for “internacional, sem qualquer acompanhamento militar” e chegar “exclusivamente através dos postos de fronteira controlados por agentes ucranianos” e, além disso, for “acompanhada por militares ucranianos para garantir a segurança da missão”.
Enquanto isso, a operação militar contra os separatistas do leste Ucrânia avançava em torno da cidade de Donetsk, sobre a qual, ontem, continuavam caindo projéteis e disparos de artilharia. Um residente local, contatado por telefone, disse que várias clínicas tinham sido atingidas, além de edifícios. Também ontem, dois foguetes caíram sobre o o edifício da Ukratelekom, uma empresa de telefonia, e provocaram um incêndio. Apesar de a estação ferroviária ter sido parcialmente danificada, os trens continuavam entrando e saindo da cidade.
O centro de imprensa da Operação Anti-Terrorista (ATO) afirmou, por meio de nota, que Igor Strelkov (ministro da Defesa dos separatistas) “deu um ‘ultimato’ aos dirigentes da Rússia dizendo que, se não enviarem ajuda, [os independentistas] terão de abandonar a cidade de Antrazit. E também ameaça seus patrocinadores com uma fuga da Ucrânia”, diz a nota citada pela página ZN.ua. Segundo a mesma fonte, a Rússia teria dado “ordens às unidades especiais do SFS para aniquilar” os líderes separatistas, de modo que “só têm uma saída para salvar sua vida”: entregar-se.
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