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Os EUA acusam a Rússia de aumentar seu apoio militar aos rebeldes na Ucrânia

Garante que representantes russos dispararam de seu território contra militares ucranianos

Rebeldes pró-russos na zona em que caiu o avião.
Rebeldes pró-russos na zona em que caiu o avião.Rob Stothard (Getty)

Os mais otimistas em Washington acreditavam que a derrubada, na quinta-feira passada, do avião comercial da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia representaria um ponto de inflexão no papel do Governo de Vladimir Putín na crise ucraniana: a Rússia romperia sua relação com os rebeldes pró-russos e deixaria de fornecer armamentos a eles. Mas, uma semana depois, a realidade parece ter evaporado por completo esses desejos.

O Governo dos Estados Unidos acusou nesta quinta-feira a Rússia de disparar de seu território contra as posições militares ucranianas e de tentar entregar novos lança-foguetes às milícias separatistas. Os serviços de inteligência norte-americanos afirmam que um míssil de origem soviética do tipo BUK SA-11 foi responsável pela derrubada em pleno voo do avião da Malaysian Airlines, o que causou 298 mortes, e que seu uso por parte dos rebeldes parece improvável sem a ajuda russa. São acusações que Moscou nega, o que se tornou uma batalha dialética com Washington.

“Temos evidências de que a Rússia está disparando peças de artilharia da Rússia para atacar posições militares ucranianas”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, em sua coletiva de imprensa diária. E acrescentou que Moscou está tentando fornecer aos rebeldes “vários tipos de lançadores de foguetes mais poderosos”, em uma prova de que a Rússia, independentemente das sanções do Ocidente e da indignação pela queda do avião, não está disposta a cortar seu apoio aos separatistas.

Às perguntas dos jornalistas, Harf explicou que as acusações se baseiam em informações de inteligência, mas não quis dar mais detalhes. Algumas horas depois, o Pentágono foi um pouco além. O porta-voz Steven Warren garantiu que os ataques russos às posições militares ucranianas no leste de seu país acontecem há “vários dias” e que é uma mostra “clara da intensificação” do papel russo.

Temos evidências de que a Rússia está disparando peças de artilharia da própria Rússia para atacar posições militares ucranianas" Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado

Na sexta-feira passada, o Departamento de Defesa dos EUA já advertiu que Moscou continuava fornecendo “armamento pesado e equipamento militar” aos rebeldes. Além disso, segundo fontes do Pentágono citadas pela agência AFP, a Rússia aumentou esta semana de 12.000 para 15.000 o número de soldados posicionados na fronteira com a Ucrânia, outro reflexo de que a derrubada do avião da Malysian Airlines não desempenhou um papel desestabilizador para Moscou na crise ucraniana.

No início desta semana, os serviços de inteligência dos EUA afirmaram que dispunham de novas provas de que os separatistas tinham derrubado a aeronave comercial, citando imagens de satélites e comunicações nas redes sociais. Em paralelo, garantiram que carregamentos de artilharia e múltiplos lança-foguetes chegaram recentemente à base militar de Rostov, no sudoeste da Rússia, na qual acreditam que os rebeldes pró-russos tenham sido treinados.

Os Estados Unidos confirmaram pela primeira vez, em meados de junho, o envio por parte da Rússia de tanques e armamento pesado aos separatistas do leste da Ucrânia. Segundo o Departamento de Estado afirmou na época, um comboio de três tanques T-64, várias lançadeiras múltiplas de foguetes Grad BM-21 e outros veículos militares tinham cruzado a fronteira perto da localidade ucraniana de Snizhne. Desde então, segundo Washington, o fluxo não parou.

Na única concessão a Moscou, por sua vez, o porta-voz do Departamento de Estado evitou afirmar nesta quinta-feira a origem dos dois mísseis que derrubaram na quarta-feira dois aviões militares ucranianos. Kiev garante que foram disparados da Rússia.

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