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A Guatemala e o Uruguai saem na frente na corrida para dirigir a OEA

Os dois países formalizam candidatos à sucessão de José Miguel Insulza como secretário-geral a partir de maio de 2015. Espera-se que o Peru e o México também apresentem aspirantes

Silvia Ayuso

A Guatemala não quis deixar que o Uruguai aproveitasse sozinho a vantagem de largar rápido na corrida para dirigir a Organização dos Estados Americanos (OEA). Poucas horas depois que o governo de José Mujica oficializou a candidatura de seu chanceler, Luis Almagro, para substituir o chileno José Miguel Insulza como secretário-geral do organismo hemisférico, o presidente guatemalteco, Otto Pérez Molina, anunciou a indicação do ex-vice-presidente (2004-08) Eduardo Stein para o mesmo posto.

“Sua liderança e alto reconhecimento internacional são uma garantia de que ele poderá conduzir a OEA em um processo de reforma que fortaleça sua contribuição estratégica para o desenvolvimento, a democracia e os direitos humanos no continente americano”, declarou o governo guatemalteco no sábado.

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Para a Guatemala, a principal qualificação de Stein para o cargo é sua longa experiência internacional, especialmente seu “papel de destaque na construção dos processos de paz na América Central”. Soma-se a isso sua participação na resolução de “crise políticas complexas” precisamente por encargo da OEA, como “o retorno à estabilidade política e ao ordenamento democrático” no Peru depois do governo de Alberto Fujimori e em Honduras após a deposição de Manuel Zelaya.

“Sua capacidade para administrar crises difíceis e sua habilidade para usar a diplomacia com resultados concretos distinguem seu trabalho no campo internacional”, prosseguiu o governo de Pérez Molina.

A Guatemala assegura que a candidatura de Stein conta com o apoio “expresso e entusiasmado” de todos os outros países do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica), composto por Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá e República Dominicana.

Trata-se de um apoio nada desprezível, mas o guatemalteco precisará do endosso de mais países se quiser impor sua candidatura. Principalmente porque o outro candidato oficial, o uruguaio Almagro, poderia atrair apoios de peso: como país considerado da “periferia da Alba”, é provável que o Uruguai obtenha o apoio dos países da aliança bolivariana e de muitos dos caribenhos dependentes do petróleo venezuelano.

Fontes da OEA recordam nesse sentido os mais de 20 votos que a Venezuela conseguiu reunir nos últimos meses para frear qualquer iniciativa crítica da organização em relação ao governo de Caracas por causa dos protestos que ocorrem no país sul-americano desde fevereiro. Nessas reuniões, o Uruguai foi um aliado-chave da Venezuela.

Além disso, a boa imagem que o governo de Mujica tem no exterior, inclusive nos EUA, poderia inclinar a balança a favor de Almagro – embora fontes diplomáticas americanas assegurem que ainda não foi tomada uma decisão a respeito, assinalando que, quando chegar o momento, isso será feito nas mais altas esferas do governo de Washington.

De qualquer forma, ainda é cedo e resta muito tempo para tentar formar alianças, obter apoios e até registrar novas candidaturas. O segundo e último mandato de Insulza termina em maio e a votação para substituí-lo não ocorrerá antes do primeiro trimestre de 2015. Além disso, como ficou acertado na Assembleia-Geral da OEA realizada em Fort Lauderdale, Flórida, em 2005, pode-se apresentar um candidato “até no próprio dia da eleição”.

Espera-se que pelo menos o Peru apresente também um aspirante a secretário-geral. Embora ainda não tenha sido feito um anúncio oficial, o nome mais citado é o do juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos Diego García Sayán. Sua candidatura poderia receber o apoio da Aliança do Pacífico – Chile, Colômbia e México, além do Peru –, embora haja dúvidas sobre o que aconteceria se o México, como se especula, também decidisse lançar um candidato. Tem ganhado força no México o nome da atual secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, que entre outros fatores teria o plus de ser a única mulher candidata num momento em que se começa a pedir maior equilíbrio de gênero na cúpula da OEA.

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