O clérigo ícone do jihadismo mundial é absolvido de terrorismo na Jordânia
O tribunal não encontra provas para condenar Abu Qatada, inspirador do 11 de Setembro
Abu Qatada, ícone dos autores do 11 de Setembro, referência dos responsáveis pelo 11 de Março e adorado por milhares de jihadistas em todo o mundo, acaba de ser declarado inocente dos crimes de terrorismo pelos quais era julgado por um tribunal jordaniano. O clérigo foi extraditado para Amã em julho de 2013 após uma batalha judicial em Londres, que começou em 2005 e custou 1,7 milhão de libras (quase 6,4 milhões de reais) aos contribuintes britânicos. “A corte não encontrou evidências que sustentem as acusações contra Omar Mahmud Mohammed Othman (Abu Qatada) de que tenha conspirado, em 1998, para realizar ataques terroristas contra uma escola americana em Amã”, declarou o juiz Ahmad Qatarneh, segundo a agência AFP.
Palestino de nascimento e com nacionalidade jordaniana, em 1999 Qatada foi condenado à revelia na Jordânia por diversas acusações de terrorismo, e passou longas temporadas na cadeia ou sob prisão domiciliar em Londres. As autoridades britânicas o acusam de atividades terroristas, mas nunca quiseram iniciar um processo contra ele para não revelar como seus serviços secretos obtiveram as provas nas quais baseiam suas suspeitas.
Qatada era acusado de conspirar para cometer uma série de atentados terroristas a bomba na Jordânia, em 1998, assim como participar de um complô para atacar civis aproveitando as comemorações da chegada do novo milênio, em 31 de dezembro de 2000. Quando estava no Reino Unido, Qatada foi condenado à revelia a 15 anos de prisão por conspirar em ataques terroristas contra israelenses, americanos e outros ocidentais na Jordânia em duas ocasiões, uma em 1999 e outra em 2000. Segundo a lei jordaniana, as pessoas condenadas à revelia têm direito a um novo julgamento.
Agora o tribunal jordaniano o declarou inocente, de maneira unânime, por “falta de provas”. Ao ouvir o veredicto, Qatada começou a chorar quando os juízes permitiram que os familiares do clérigo se aproximassem dele para beijá-lo.
A Justiça espanhola também quer Qatada, a quem acusa de financiar terroristas na Chechênia e no Afeganistão com o dinheiro enviado durante anos, a partir de Madri, pelo sírio espanhol Abu Dahdah. Em 2004, a Espanha emitiu um mandado europeu de prisão contra o clérigo, e o juiz Baltasar Garzón o processou por participação em grupos terroristas, mas os britânicos se recusaram a entregá-lo.
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