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Forças iraquianas combatem para retomar a maior refinaria do país

O EIIL invadiu na quarta-feira o complexo de Baiji e controla a maior parte do local

Agências
Tikrit -
A refinaria de Baiji, em uma foto de 2009.
A refinaria de Baiji, em uma foto de 2009.Thaier Al-Sudani (Reuters)

As forças de segurança iraquianas combatem os milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) em Baiji, no norte do país, para tomar o controle da maior refinaria de petróleo do país, situada a cerca de 200 quilômetros de Bagdá. O tenente-general Qassem Atta assegurou, em declarações à TV reproduzidas pela agência France Presse, que as forças de segurança têm “controle total” das instalações. Por outro lado, um vídeo veiculado pela rede de TV Al Arabyiamostra fumaça saindo do complexo e uma bandeira preta, além de outros grupos islâmicos radicais, que o EIIL utiliza, acenando em um dos edifícios.

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A refinaria se transformou em um capo de batalha entre as forças do Governo iraquiano e os milicianos do EIIL, que invadiram a instalação na quarta-feira e conseguiram tomar a maior parte do complexo. Os empregados presos no interior da refinaria, que se estende por vários quilômetros próxima ao rio Tigres, informaram que os milicianos sunitas parecem controlar a maior parte do complexo e que as forças de segurança se concentram em torno da sala de controle da refinaria.

Baiji, situada 40 quilômetros ao norte da cidade-natal de Sadam Husein, Tikrit, encontra-se dentro do território tomado na semana passada por grupos sunitas encabeçados pelo EIIL, que tenta estabelecer um califato islâmico no Iraque e na Síria.

A refinaria, que produz grande parte do combustível de que os iraquianos do país precisam para transporte e para gerar eletricidade, foi fechada pelos empregados depois da saída dos empregados estrangeiros, na segunda-feira. Um funcionário do ministério do Petróleo sugeriu que a perda da refinaria poderia causar uma crise no abastecimento do norte do país, incluindo a Região Autônoma do Curdistão, ainda que o impacto sobre o fornecimento na capital fosse limitado, já que ela só recebe 20% de suas reservas brutas da refinaria.

300 empregados retirados

Responsáveis pelos serviços de segurança iraquianos negaram que a refinaria esteja a ponto de cair nas mãos do EIIL. Entre 250 e 300 funcionários que estavam no interior do complexo foram retirados nesta quinta-feira, nas primeiras horas do dia, graças a uma trégua temporária negociada entre o EIIL e líderes locais, segundo explicou um dos empregados. A maioria dos 15800 trabalhadores e os 100 especialistas estrangeiros já abandonaram o complexo no fim do expediente na terça-feira.

O avanço da milícia jihadista despertou incertezas em outras companhias petroleiras que operam no país. A PatroChina, que tem quatro campos petrolíferos no centro e no sul, transferiu alguns funcionários, ainda que a produção não tenha sido afetada, assegurou um porta-voz da empresa ao jornal Global Times.

O chefe da empresa estatal iraquiana South Oil Company, Dhiya Jaffar, garantiu na quarta-feira à agência Reuters que a estadunidense Exxon Mobil fez uma “grande retirada” de seus funcionários e a britânica BP retirou 20% de seu pessoal do país.

Jaffar acrescentou que ENI, Schlumberger, Weatherford e Baker Hughes não tinham planos para retirar funcionários. As empresas, baseadas principalmente no sul do país, não deram mais detalhes à Reuters. Jaffar sugeriu que “os acontecimentos atuais não afetaram e não afetarão de nenhum modo as operações no sul” e acrescentou que o nível das exportações para junho será de 2,7 milhões de barris por dia.

O Iraque é o segundo produtor da OPEP e, segundo cálculos da Bloomberg em maio, extrai 3,3 milhões de barris diários, dos quais 2,58 milhões destinam-se à exportação. A recente tensão bélica afetou os mercados, sobretudo os de matérias primas. O barril de Brent, um dos tipos de petróleo bruto, está no preço mais alto dos últimos nove meses.

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