_
_
_
_

O Mundial reforça a agenda internacional de Dilma Rousseff

A presidenta recebeu a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, neste domingo Nesta terça, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, fará uma "visita de cortesia" à governante

Angela Merkel e Dilma Rousseff durante encontro neste domingo.
Angela Merkel e Dilma Rousseff durante encontro neste domingo.EVARISTO SA (AFP)

As estreias das seleções na Copa do Mundo de 2014 agitaram a agenda política da presidenta Dilma Rousseff (PT). Neste domingo, a governante brasileira se reuniu com a chanceler alemã, Angela Merkel, e, na próxima terça-feira, ela terá um encontro com o vice-presidente norte-americano Joe Biden, o que pode representar o começo de uma reaproximação entre os dois países após as revelações de que o Governo dos Estados Unidos espionou o brasileiro, em agosto do ano passado.

Merkel chegou ao Brasil neste domingo para assistir ao jogo entre Alemanha e Portugal na Arena Fonte Nova, em Salvador, nordeste do Brasil. Em um jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília, as duas governantes discutiram a ampliação do comércio bilateral e o aumento da segurança das informações eletrônicas. “Agradeço a participação da Alemanha na reunião multissetorial global sobre o futuro da governança na internet em São Paulo. Também avalio como sendo extremamente positiva a resolução, a proteção à privacidade na era digital, proposta pelo Brasil e pela Alemanha e aprovada no ano passado na Assembleia Geral da ONU”, destacou Rousseff, em uma coletiva de imprensa junto a Merkel logo após o encontro.

A chanceler reforçou a afirmação, dizendo que a cooperação entre os dois países pode ser continuada. “Ficamos muito contentes por termos iniciado na ONU as discussões sobre os direitos das pessoas na era digital”, destacou.

Merkel e Rousseff foram vítimas de espionagem por parte dos EUA, segundo informações reveladas no ano passado por Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Internacional (NSA). Desde então, as duas governantes têm discutido medidas que aumentem a segurança dos dados compartilhados na rede. Em um discurso na Assembleia-Geral da ONU, no final de setembro passado, Rousseff afirmou que a espionagem em massa dos EUA feria o direito internacional e os princípios que regem a relação entre os países. Ao lado de Merkel, ela apresentou uma proposta para garantir a privacidade e limitar a extensão da espionagem nas telecomunicações e na Internet, que foi aprovada em dezembro. O texto exige que as práticas de espionagem dos países não sejam contrárias à lei internacional de direitos humanos.

Após a divulgação da espionagem feita à Rousseff e a assessores da Petrobras, a mandatária brasileira cancelou uma visita oficial aos Estados Unidos, em que seria recebida pelo presidente Barack Obama, em outubro do ano passado. A medida, segundo disse ela à época, foi tomada por "falta de apuração" sobre as denúncias. Desde então, a relação entre os países arrefeceu. É nesse contexto que acontece a visita do vice-presidente norte-americano Joe Biden à Brasília nesta terça-feira. O político chega ao Brasil para assistir a partida entre os EUA e Gana na Arena das Dunas, em Natal, às 19h desta segunda, após um convite de Rousseff.

O encontro dos dois governos acontece às 9h30 da manhã seguinte. No entanto, a reunião oficial do vice-presidente norte-americano será com o vice-presidente Michel Temer. Depois, segundo a assessoria de Temer, haverá uma “visita de cortesia” à Rousseff e, por isso, não deve haver um pronunciamento da governante sobre o conteúdo da conversa.

O Governo brasileiro não divulgou o tema da reunião, mas, em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo pouco antes da viagem, Biden afirmou que os Estados Unidos querem reconstruir a relação de confiança com o Brasil. “Reconhecemos que revelações não autorizadas sobre programas de inteligência dos Estados Unidos geraram preocupações em governos do mundo todo, incluindo o governo e o povo brasileiro”, afirmou ele ao jornal. “É por isso que em janeiro o presidente Obama fez um discurso anunciando importantes mudanças (...) Desde o anúncio do presidente, eu e a equipe de Segurança Nacional temos estado em contato com autoridades brasileiras para encontrar maneiras de aprofundar nossa cooperação e reconstruir a confiança de agora em diante.”

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_