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A Europa põe à prova a ‘doutrina Obama’

A luta contra o nazismo é o exemplo de guerra justa para o presidente

Marc Bassets
Barack Obama sorri durante um jantar de gala em Varsóvia.
Barack Obama sorri durante um jantar de gala em Varsóvia.EFE

Primeiro a teoria, depois a prática. A viagem de Barack Obama à Europa esta semana põe à prova a visão norte-americana de política exterior que o presidente expôs na semana passada durante um discurso proferido na academia militar de West Point. De Varsóvia, onde aterrissou terça-feira, até a Normandia, aonde chegará sexta, Obama aplicará a ideia de que os EUA podem liderar o mundo por meio de coalizões internacionais e sem recorrer à força.

Alianças, comércio, guerras justas e multilaterais: as palavras-chave do discurso de West Point podem ser rastreadas no itinerário do presidente norte-americano pela Europa. “A questão (...) não é se a América vai liderar, mas como vai liderar”, afirmou. E esse “como” começa a se mostrar esta semana na Polônia, em Bruxelas e na França.

Um dos pilares da hegemonia norte-americana, segundo o presidente, é a existência de uma ordem internacional sólida. Em Varsóvia, Obama praticamente se apresentou mais como chefe da OTAN do que como comandante de seu país. Em Bruxelas, o presidente participará na cúpula do G-7, uma instituição que parecia deixada de lado para sempre em favor do G-8 e do G-20, e que ressurgiu após a saída da Rússia, excluída por ferir a soberania nacional da Ucrânia. Os EUA de Obama querem lidar por meio das instituições.

“O respeito à democracia e aos direitos humanos vai além do idealismo: é uma questão de segurança nacional”, disse o presidente em West Point. E é provável que algo similar seja ouvido no discurso comemorativo da revolução pacífica liderada pelo sindicato Solidariedade em Varsóvia. Mas, de acordo com a doutrina Obama, os direitos humanos, de modo geral, não justificam uma guerra: os EUA só devem enviar suas tropas a outros países em situações excepcionais, quando houver ameaça a seus interesses vitais. Se não for esse o caso, “o limiar para empreender uma ação militar deve ser mais alto” e os EUA devem buscar aliados.

Obama dificilmente poderia mostrar um exemplo melhor desse tipo de confronto do que a II Guerra Mundial e o desembarque na Normandia, cujo 70º aniversário comemora na sexta-feira – última escala de seu giro pela Europa – junto com outros líderes, entre eles o presidente russo Vladimir Putin. A Normandia encarna o melhor modelo de guerra justa. E também um modelo que não pode ser repetido.

Em tempos de retirada, com um país farto de intervenções internacionais, Obama dificilmente irá além das sanções e da reafirmação do compromisso de defesa mútua da OTAN. O compromisso militar com a Polônia e os antigos países da órbita soviética foi implícito em outra mensagem, talvez de maior calado: a pressão para que os europeus se desfaçam da dependência da energia russa. Nos Estados Unidos de Obama, a geopolítica do gás pesa mais que os mísseis.

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