A Apple entra no mundo da saúde com HealthKit
A colaboração, que começa com a prestigiada norte-americana Clínica Mayo, mais tarde se estenderá a outros hospitais do país
Tim Cook abriu, na manhã de segunda-feira em São Francisco (EUA), uma nova conferência anual de desenvolvedores de sistemas Apple, a WWDC, já na 25ª edição. E dirigiu a estes desenvolvedores as suas primeiras palavras de homenagem.
Com o roteiro de cada ano, começou falando do êxito dos Macs em meio à decadência da indústria de computadores, que retraiu 5%, enquanto a venda de Macs cresceu 12%. Aumentou também a adaptação de seus computadores ao sistema operacional OS X Mavericks. Um sucesso, segundo Cook, comparável à adoção do Windows 8, que no parque de computadores com Windows não chega a 14% do total, enquanto o seu já está em 51%.
O diretor executivo da Apple comemorou o número de um milhão de desenvolvedores registrados, provenientes de 69 países, o mais jovem deles com 13 anos de idade.
OS X Yosemite
Apesar da diferença de sistemas, a integração é absoluta entre computador, iPhone e iPad
Craig Federighi revelou o nome do novo software, OS X Yosemite, em homenagem ao parque natural próximo à sede da empresa na Califórnia. Mudam as janelas, mais dinâmicas e os ícones, mais planos. Na lateral direita, toda uma coluna com notificações, muito parecida com a persiana de notificações do iPhone e iPad.
A nuvem teve um destaque especial e justificado com o iCloud Drive, por acaso o mesmo nome adotado pela Google, que servirá para integrar documentos de qualquer programa e compartilhá-los entre computador, iPhone e iPad. A sincronização é automática. Funcionará também em computadores com Windows. A interação entre ambas as plataformas fica muito mais real com a função de arrastar e soltar documentos, terminar um e-mail ou continuar editando um trabalho.
A intenção da Apple é ser cada vez mais prática. Por isso seu e-mail passa a aceitar anexos de até cinco gigas e será possível assinar documentos em PDF desenhando sobre o touch pad. A integração é tal que permite usar o computador para fazer ou receber chamadas do iPhone. Um golpe de efeito antes que o WhatsApp lance seu serviço de chamadas e se funda com o computador. Como prova, telefonou para um dos mais novos funcionários da empresa, Dr. Dre, rapper e criador dos recém-adquiridos fones de ouvido Beats.
O novo sistema operacional será grátis, chegará no outono, mas os desenvolvedores já podem começar a usá-lo. Neste semestre, estarão abertos para curiosos que quiserem experimentá-lo.
Algumas das novidades apresentadas colocam a Apple em evidência, pois reconhece que está ficando para trás
iOS 8
Cook passou então ao sistema operacional do iPhone, a joia da coroa, a base sobre a qual repousa a saúde financeira da Apple.
O iOS 7 é usado em mais de 100 milhões de iPods Touch, em mais de 200 milhões de iPads e mais de 500 milhões de iPhones. Cerca de 130 milhões desses aparelhos foram vendidos no último ano. Segundo os cálculos de Cook, a maioria na China, depois de sua frustração com o Android. Outro golpe no Google, enquanto o iOS 7 está presente em 89% dos aparelhos, Android 4.4 só está em 9%. “Não têm a última versão do sistema operacional, arruínam grande parte da experiência e também são uma porta aberta às ameaças de segurança”, declarou Cook sob aplausos dos entusiastas. E anunciou o iOS 8, a maior mudança desde o lançamento da App Store.
Teclar com o iPhone não chega a ser uma experiência gratificante, sobretudo quando entra em ação o corretor de digitação. A mudança envolve o reconhecimento de voz, desenhos em forma de letras ou sequências lógicas. Vem em uma dúzia de idiomas.
O sistema de mensagens, até agora muito básico, incluirá grupos, que poderão ser abandonados, silenciados ou incluir mais pessoas. Revolucionário para a Apple, muito básico para aquilo que já oferecem WhatsApp, WeChat e Snapchat. Assim como no WhatsApp, última aquisição do Facebook, é possível falar como em um walkie talkie, pressionando com o polegar enquanto se fala e retirando o dedo para enviar. Simples, mas já inventado.
Saúde
A guerra pelo mercado vai além do consumidor. As empresas são a próxima fronteira para conseguir expandir a base de usuários. A Apple não se contenta apenas em incluir sua nuvem, também quer incluir outras nuvens, como o Dropbox, para facilitar o trabalho em comum.
Quase no final, falou de saúde, com Fitbit de fundo, uma das empresas especializadas em controlar a quantidade e qualidade de exercícios físicos. HealthKit é a união desses programas. A da casa, chamada simplesmente Healh (saúde em inglês). A Nike será um dos primeiros colaboradores neste campo. Assim como a Clínica Mayo, entre outros vinte que já anunciaram sua futura adesão. Entretanto, pouco se falou de seu funcionamento. Outro campo no qual ficou atrás.
Parece que a intenção da Apple é que cada membro da família tenha um aparelho da marca, mas compartilhe o que compra: sejam filmes, músicas ou aplicativos. Tudo é pago com o mesmo cartão de crédito, mas será necessário pedir permissão para que os menores possam acessar certos aplicativos.
Aplicativos
Siri, a assistente de voz, reconhecerá as músicas tocadas usando a tecnologia do aplicativo Shazam, mas sem necessidade de abri-lo.
No encerramento da apresentação de quase uma hora e meia, Cook voltou a tomar a palavra: “Queremos diminuir ainda mais a loja. Vamos incluir categorias e subcategorias, tendências dentro das buscas. Os desenvolvedores poderão oferecer pacotes com vários aplicativos juntos, como oferta”, disse. Embora talvez seja mais honesto e interessante incluir vídeos e testes para saber se o programa é realmente o que se deseja comprar. O programa chegará no outono.
A surpresa final, comemorada, se chama Extensibility, algo que no Android é totalmente natural: compartilhar conteúdo diretamente entre aplicativos. O Pinterest será um dos primeiros a oferecê-lo para as imagens.
A casa também é a próxima fronteira com o HomeKit, que servirá para controlar lâmpadas, fechaduras, termostatos, câmeras de vigilância... Apesar da Ferrari no segundo andar do centro de convenções, e de um Chevrolet mais modesto, não se disse uma palavra sobre outra grande tendência, a Internet dos carros.
Muitas novidades da Apple, mas para os aparelhos da marca e não para o setor que, através do Android ou de fabricantes como Samsung, LG ou Sony, já usa a maior parte do que foi anunciado hoje. Quase duas horas de novidades que parecem ter nascido velhas.
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