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Grupo de 151 países se compromete a doar 9,7 bilhões ao meio ambiente

A V Assembleia do Fundo para o Meio Ambiente Mundial entra em acordo para dar mais ajuda aos países pobres

Paula Chouza
Enrique Peña Nieto durante sua intervenção no GEF.
Enrique Peña Nieto durante sua intervenção no GEF.EFE

Delegados de 151 países acordaram nesta quinta-feira doar 4,4 bilhões de dólares (9,7 bilhões de reais) ao Fundo para o Meio Ambiente Mundial. A soma, uma cifra recorde em relação ao arrecadado nas reuniões passadas, servirá para o desenvolvimento de projetos no período 2014-2018. Durante a quinta assembleia do organismo, celebrada em Cancún, também se aprovou a Estratégia 2020, um documento que formula uma visão em médio prazo e uma focagem mais pontual em programas destinados a frear a degradação ambiental.

O secretário de Meio Ambiente do Governo mexicano, Juan José Guerra Abud, explicou em conversa telefônica que outro dos grandes lucros da reunião é o acordo para “dar mais apoio aos países mais pobres”. O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF na sua sigla em inglês) foi criado em 1991 como um mecanismo financeiro multilateral que canaliza recursos para lutar contra os problemas ambientais globais, tais como a mudança climática, a destruição da biodiversidade, o buraco na camada de ozônio, a contaminação de águas internacionais, a degradação da terra e os poluentes orgânicos persistentes. Na primeira assembleia celebrada em Nova Deli em 1998 o GEF reuniu 2,7 bilhões de dólares. Na segunda reunião, em Pequim quatro anos mais tarde (outubro de 2002), foram arrecadados 2,9 bilhões de dólares. No encontro da Cidade do Cabo em agosto de 2006 conseguiu 3,1 bilhões de dólares e a do Uruguai em 2010, 4,2 bilhões de dólares.

No encontro de Cancún, o Governo mexicano anunciou que o país contribuirá nesta sexta reposição 20 milhões de dólares, uma quantidade duas vezes maior do que destinou quatro anos atrás. A decisão foi aplaudida pela diretora executiva e presidenta do GEF, Naoko Ishii, que reconheceu que o México “tomou medidas concretas para alcançar um desenvolvimento sustentável”.

Ao longo dos cinco dias de reunião o país submeteu a consideração 17 projetos, em sua maioria focados no setor energético, embora o titular da carteira esclareça que provavelmente incorporarão mais propostas neste período. Um dos objetivos prioritários dos trabalhos é o de mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa com energias limpas. Neste sentido, o Governo considera a Reforma Energética impulsionada pelo presidente Enrique Peña Nieto e cuja legislação secundária debate-se agora no Congresso, uma ferramenta fundamental.

Guerra Abud afirmou que entre os projetos apresentados se encontra “a reconversão da frota veicular pública, que usa diesel e gasolina, para o gás natural”. “Queremos promover o gás natural porque é uma molécula mais limpa e mais econômica, que permite percorrer maior distância com a mesma quantidade de combustível”, explica.

Combater a pobreza mediante o aproveitamento sustentável da biodiversidade, fomentar o crescimento verde e impulsionar a infraestrutura produtiva sustentável com a participação da iniciativa privada, são outros dos objetivos dos programas apresentados pelo México. O país é membro fundador do GEF e até a data recebeu mais de 450 milhões de dólares em recursos de doação para o impulso de 54 projetos.

Na assembleia, a presidenta do GEF pediu para que nações implementem projetos com uma focagem estratégica e inovadora. Assim mesmo, o Conselho reconheceu a importância do programa de pequenas doações para a sexta reposição do fundo, pelo que se respaldou a visão de converter em um programa com esquemas híbridos de financiamento, tanto doações como créditos para comunidades locais, indígenas, mulheres e jovens.

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