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Poroshenko vence as eleições presidenciais na Ucrânia

O oligarca consegue entre 55% e 57% dos votos, segundo as primeiras pesquisas de boca de urna A ex primeira-ministra Yulia Timoshenko reconhece a vitória do oponente

O magnata Piotr Poroshenko proclamou neste domingo sua vitória nas eleições presidenciais. "A Ucrânia tem um novo presidente", afirmou depois de conhecer as pesquisas de boca de urna divulgadas pelas televisões locais após o fechamento dos colégios eleitorais. Segundo três pesquisas, Poroshenko ganharia as eleições com entre 55,7% e 57,3% dos votos, muito à frente da ex primeira-ministra, Yulia Timoshenko, sua principal rival, que ficaria com 12% ou 13%.

"As eleições tiveram um só turno", assegurou Poroshenko exultante, durante uma numerosa coletiva de imprensa em Kiev, a capital ucraniana, na qual anunciou que quer convocar eleições legislativas antes do fim do ano.

Timoshenko aceitou sua derrota, mas fez questão de solicitar a convocação de um referendo sobre a participação na OTAN. "Foi uma eleição justa e limpa. Possivelmente, não se via uma eleição como esta em 23 anos de independência", afirmou a ex primeira-ministra em suas primeiras declarações depois do fechamento dos colégios. Não obstante, destacou que a jornada se desenvolveu "em condições de agressão militar [por parte da Rússia], e por isso votar foi muito difícil".

Poroshenko defendeu sua aposta em que a Ucrânia ingressará futuramente na União Europeia e manifestou sua oposição à federalização da Ucrânia, como exige o leste pró-Rússia e o Kremlin. Da mesma forma, assegurou que a Ucrânia deve continuar sendo "um Estado unitário". O magnata adiantou que sua primeira viagem como presidente será a Donbas, a capital mineira da Ucrânia que inclui as regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk. Também afirmou que nunca reconhecerá o referendo e a "ocupação da Crimeia" por parte da Rússia.

Poroshenko reforçou que sua prioridade como chefe de Estado será acabar com a guerra e o caos dos territórios controlados pelas autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Entre outras coisas, em seu programa eleitoral Poroshenko defende a concessão à língua russa do status oficial nas regiões onde é falada por mais de 10% da população.

Além disso, prometeu que venderá sua empresa Roshen, um dos maiores produtores mundiais de bombons e doces, que lhe renderam o apelido de "Rei do Chocolate".

Poroshenko, que já participou ativamente na Revolução Laranja de 2004, foi o principal patrocinador dos protestos da praça Maidan, que acabaram em conflitos e na saída do presidente Viktor Yanukovich.

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