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Seis de cada dez projetos prometidos para o Mundial não estão prontos

Pior desempenho está nas obras de mobilidade urbana: das 35 previstas, somente quatro estão concluídas até agora

Visão geral do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Visão geral do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.YASUYOSHI CHIBA (AFP)

Faltando pouco menos de um mês para o início da Copa do Mundo no Brasil, apenas 38% do total das obras de mobilidade urbana, portos, estádios e aeroportos prometidas pelo Governo foram entregues até o momento. O levantamento, feito pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), trabalha com o total de 93 dessas obras previstas na Matriz de Responsabilidades, documento que reúne estimativas oficiais de custos e prazos para a infraestrutura do Mundial.

As obras de mobilidade urbana, tidas como as de maior legado após o Mundial, são as que mais estão longe de serem concluídas. Dos 35 projetos prometidos, apenas quatro (11,4%) terminaram. Logo depois vêm as dos portos, com somente duas concluídas (33,3%) de seis no total. Entre as obras de aeroportos, 15 foram terminadas, das 30 previstas (50%).

No entorno dos estádios, das dez obras previstas, seis foram concluídas (60%). Nas arenas, por sua vez, o nível de conclusão chega a 75%, ainda de acordo com o Sinaenco, que estima em nove as que estão 100% concluídas, entre as 12 que sediarão partidas do Mundial.

Os estádios que faltam ser entregues são a Arena Corinthians (Itaquerão), palco do jogo de abertura, em São Paulo; a Arena Pantanal, em Cuiabá (na região Centro-Oeste); e a Arena da Baixada, no Paraná (região Sul). Esta última, no entanto, já realizou um evento da FIFA na noite desta quarta-feira, uma amistoso entre o Atlético Paranaense, dono do estádio, e o Corinthians.

Essa letargia com o andamento da obras, e ainda o custo alto das execuções, que transformou a Copa no Brasil na mais cara da história, tem deixado o sentimento dos brasileiros à flor da pele.

Uma nova rodada de manifestações contra a Copa está marcada para esta quinta-feira, protestos estes que devem percorrer as principais cidades do país. A data, apelidada de Dia Internacional de Lutas contra o Mundial, já conta com milhares de presenças confirmadas via redes sociais.

Um dos movimentos que aproveitarão o momento para fazer suas manifestações é o dos trabalhadores sem-teto (MTST), que na semana passada reivindicou moradia e protestou contra os gastos da Copa durante visita da presidenta Dilma Rousseff ao estádio do Itaquerão, em São Paulo.

Enquanto isso, o Ministério do Turismo brasileiro divulgou a sua projeção para o número de turistas no país durante o torneio. O órgão estima que 3,7 milhões de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, estarão em trânsito pelo país, devendo deixar um total de 6,7 bilhões de reais ao longo da realização dos jogos.

Os otimistas acreditam que à medida que a bola estiver em campo, o mau humor pode se dissipar. Por enquanto, ele está ganhando de goleada.

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