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Tévez fica fora da Copa

O artilheiro da Juventus, apelidado de ‘o jogador do povo’ pela paixão que desperta, não foi convocado pelo treinador argentino Sabella, que também deixa Caballero de fora

Alejandro Rebossio
Tévez, em uma partida contra a Roma.
Tévez, em uma partida contra a Roma.AFP

Carlos Tévez, o maior artilheiro da Juventus que acaba de ganhar o Scudetto na Itália, não poderá jogar sua terceira Copa. Apesar de seu bom momento no futebol, que motivou alguns torcedores a organizarem manifestações em Buenos Aires e picharem muros pedindo sua convocação, o treinador da seleção argentina, Alejandro Sabella, excluiu o jogador da lista de 30 pré-convocados anunciada nesta terça-feira em um evento do qual participou o chefe de Gabinete do Governo argentino, Jorge Capitanich. Sabella não explicou a razão pela qual nunca convocou Tévez para a sua equipe em três anos como treinador, mas a imprensa argentina especula que o motivo se deve a uma briga entre Tévez e a maior estrela do futebol argentino, Lionel Messi.

Apelidado de Jogador do Povo, por sua origem no bairro pobre de Fuerte Apache, em Buenos Aires, Tévez, de 30 anos, negou ter uma briga com a Pulga, mas ironizou dizendo que Sabella “não tem Sky [TV paga] para ver as partidas da Juventus”. Suspeita-se que na Copa América de 2011, na própria Argentina, em que a alviceleste foi derrotada pelo Uruguai nas quartas-de-final, a relação entre Tévez e Messi tenha ficado estremecida, talvez por o primeiro estar cansado de que a seleção jogasse sempre ao redor do atacante do Barcelona. Naquela Copa América, a Argentina era dirigida por Sergio Batista, que depois do fracasso foi substituído por Sabella. Messi também negou ter problemas com o Apache.

Está claro que são dois jogadores com personalidades muito diferentes: um é introvertido e tem uma namorada de toda a vida; o outro é fã de cumbia e mantém romances públicos que levaram ao fim do seu estável casamento. Dentro de campo, nunca conseguiram muita coisa juntos para a seleção. Na Copa da Alemanha-2006, na qual o jovem Messi jogou pouco, e na África do Sul, em 2010, a seleção argentina chegou até as quartas-de-final, barreira que não consegue superar desde a Copa da Itália, em 1990, quando alcançou o vice-campeonato com Diego Maradona à frente. Já no México, em 1986, o então treinador argentino Carlos Bilardo, mestre de Sabella, exclui o brilhante atacante Ramón Díaz por sua briga com Maradona, que daquela vez levantaria a Copa do Mundo.

A máxima conquista de Tévez com a seleção argentina foi a medalha de ouro em Atenas-2004. Além disso, foi campeão nacional com Boca Juniors, Corinthians, Manchester United, Manchester City e Juventus. Também se sagrou campeão mundial de clubes com o Boca e o United. Na Argentina, é visto como um jogador ganhador, que dá tudo pela camisa do seu país, mas a verdade é que não obteve grandes resultados com a alviceleste. Sabella, ex-técnico do Estudiantes, de La Plata, campeão da Libertadores em 2009, e ex-atacante do mesmo clube, preferiu convocar para o ataque jogadores menos destacados do que Tévez, caso de Rodrigo Palácio, da Inter de Milão, e Franco Di Santo, do Werder Bremen, que não era cotado pela imprensa argentina. Também escolheu os indiscutidos Sergio Agüero, do City, e Gonzalo Higuaín, do Napoli, além de Ezequiel Lavezzi, mais irregular na alviceleste, porém recém-chegado da conquista do título francês com o Paris Saint Germain.

Sabella também deixou de fora da Copa o goleiro do Málaga, Willy Caballero, quase um desconhecido em seu país. Apesar das incríveis defesas em partidas recentes da Liga espanhola, o treinador preferiu excluí-lo e levar dois goleiros que não estão fazendo uma grande temporada: Sergio Romero (Monaco) e Mariano Andújar (Catania), junto com o bom arqueiro do Boca, Agustín Orion. Caballero, de 32 anos, fez apenas 15 jogos pelo Boca no começo da sua carreira, e logo partiu para o Elche, em 2005. Nos últimos quatro anos, joga no Málaga, onde na última temporada se destacou em partidas contra o Barcelona, o Atlético de Madri e o Real Madrid.

A defesa é o ponto fraco da Argentina. Exceto pelo extraordinário momento que atravessa Pablo Zabaleta, do City, Sabella precisa trabalhar os demais pré-candidatos para a zaga: Ezequiel Garay, da Benfica; Federico Fernández, do Napoli; Marcos Rojo, do Sporting Lisboa; José Basanta, do Monterrey; e Hugo Campagnaro, da Inter.

Foram chamados Nicolás Otamendi, do Atlético Mineiro, Lisandro López, do Getafe, e dois convocados-surpresa: Gabriel Mercado, do River Plate, e Martín Demichelis, do City, que retornaria assim à seleção. No meio de campo também houve convocações chamativas: as de Enzo Pérez (Benfica), ex-campeão pelo Estudiantes em 2009, e Fabián Rinaudo (Catania). Além disso Sabella, conhecido como Pachorra, escolheu o lesionado Fernando Gago (Boca), Lucas Biglia (Lazio), Javier Mascherano (Barcelona), Ever Banega (Newell’s Old Boys, de Rosário), Ángel Di María (Real Madrid), Maxi Rodríguez (Newell’s), Ricardo Álvarez (Inter), Augusto Fernández (Celta) e José Sosa (Atlético). Dos 30, só 23 disputarão a Copa. A lista definitiva deverá ser divulgada antes de 2 de junho, 13 dias antes da estreia da Argentina na Copa, contra a Bósnia, no Rio.

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