_
_
_
_

Chile e Argentina se aproximam com a volta de Bachelet ao Governo

A líder socialista escolhe o país vizinho para sua primeira viagem e retoma projetos suspensos durante o mandato de Piñera

Alejandro Rebossio
Cristina Kirchner abraça Michelle Bachelet.
Cristina Kirchner abraça Michelle Bachelet.M. BRINDICCI (REUTERS)

Michelle Bachelet escolheu a Argentina como destino da primeira viagem ao exterior de seu novo Governo. A presidenta do Chile ratificou assim sua intenção de converter seu país em um enlace físico, mas também político e econômico, entre a Aliança do Pacífico - à qual pertence, junto com México, Colômbia e Peru- e Mercosul (composto pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira na Casa Rosada, sede presidencial de Argentina, as duas presidentas se comprometeram a ampliar os passos pela cordilheira dos Andes a terceira maior fronteira entre dois países, com mais de 5.300 quilômetros.

Cristina Kirchner comentou que com Bachelet como presidenta avançariam em questões relegadas pelo antecessor da dirigente socialista, o conservador Sebastián Piñera (2010-2014). "Acho que Piñera tinha outras urgências, outras iniciativas, e estava no seu direito. Sempre tive uma muito boa relação (com ele)", assegurou a líder peronista sobre o ex-presidente chileno, que foi um dos fundadores da Aliança do Pacífico em 2012.

Os dois principais projetos de comunicação fronteiriça são a ampliação do passo Cristo Redentor, a estrada por túneis que une Santiago de Chile com Mendoza, e a construção do corredor bioceânico ferroviário Aconcagua, que está atrasado desde a década passada. "O primeiro que conversamos com Michelle foi que a sua ideia de duplicar a quantidade de estradas com o Chile é transcendental para o comércio com a área mais dinâmica do mundo, como é a Ásia. Hoje temos que dar uma volta imensa saindo da Argentina (para exportar para a Ásia pelo Atlântico) e isso resulta em competitividade", argumentou Kirchner.

As presidentas de ambos países negaram que tenham conversado sobre o conflito gerado no ano passado pela decisão do Governo argentino de tirar a concessão de um hangar à linha aérea chilena LAN. O então presidente do Chile era acionista da linha aérea antes de sua assumir esse cargo. Aquela disposição foi apelada por LAN ante os tribunais de Buenos Aires, que a suspenderam temporariamente. "Não teve nenhuma reclamação porque não há nenhuma questão pendente. Quem sempre me perguntava era Piñera. Acho que há aberta uma questão judicial", respondeu Kirchner à imprensa. "Não recebi nenhum pedido da LAN e isso se deve a quem tem que resolver, a justiça", respondeu Bachelet.

Kirchner também se referiu ao projeto mineiro binacional que leva adiante a empresa canadense Barrik Gold sobre os glaciais dos Andes. A iniciativa foi suspensa pelo lado chileno devido a uma reclamação de ecologistas diante dos tribunais desse país. "A atividade mineira não é a única poluente. A mineração por si não é boa ou má", opinou Kirchner, que advogou pelo controle como a outros ramos produtivos.

"Estamos muito contentes de que voltou a presidir a fraterna República do Chile", disse Kirchner a Bachelet. Ambas já eram presidentas de seus países ao mesmo tempo, entre 2007 e 2010. "Achamos que ficaram muitas tarefas pendentes entre ambos países", apontou outra vez a presidenta argentina contra Piñera. Bachelet agradeceu que fosse a primeira chefa de Estado que se comunicou com ela quando ocorreu o terremoto no norte de Chile e o incêndio em Valparaíso, e por ter enviado ajuda em ambos casos.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_