_
_
_
_

Empatar sem gols tem um prêmio

Apesar da sua ofensiva, o Barcelona não soube ganhar no campo do Elche, embora ainda tenha direito a um juízo final em seu estádio contra o Atlético

Ramon Besa
Messi cabeceia no jogo contra o Elche.
Messi cabeceia no jogo contra o Elche.Alberto Saiz (AP)

O Barça vive da graça alheia, e quem sabe de Deus. Na quarta-feira, o favor do Real Madrid e agora a generosidade do Atlético, que não soube ganhar do Málaga. Os azul-grenás ganharam o direito de um juízo final no Camp Nou. A glória ou a miséria em uma partida, também em La Liga, como aconteceu na Copa, e de alguma maneira, na Liga dos Campeões. O Barcelona vai defender o título se, no domingo, ganha a última partida do campeonato contra o Atlético. Uma afirmação gananciosa o suficiente para esconder o empate por 0 a 0 com o Elche.

Manu Herrera foi mais decisivo que Messi. Não havia como o Barcelona fazer um gol e participar das mudanças de placares simultâneas da rodada. Foram protagonistas da partida, não precisaram estar às custas dos outros, contra um Elche que garantiu a permanência depois de um estupendo e irretocável exercício defensivo: 0 a 0, o mesmo resultado do torneio de 1977, vencido pelo Atlético.

Elche 0 x 0 Barcelona

Elche: Manu Herrera; Damián Suárez, Lombán, Pelegrín, Domingo Cisma; Carlos Sánchez, Javi Márquez (Rivera, min. 73), Rubén Pérez; Carles Gil (Boakye, min. 78), Corominas (Fidel, min. 89) e Rodrigues. Não utilizados: José Carlos, Mantecón, Edu Albacar e Cristian Herrera.

Barcelona: Pinto; Alves, Bartra, Mascherano, Adriano; Cesc (Xavi, min. 80), Busquets, Iniesta; Alexis, Messi e Pedro (Tello, min. 67). Não utilizados: Oier, Montoya, Afellay, Song e Sergi Roberto.

Árbitro: Fernando Teixeira Vitienes. Cántabro. Mostrou cartão amarelo para Pelegrín, Cisma, Alexis. Mascherano, Pedro e Rubén Pérez.

Estadio Martínez Valero, lotado com uns 35.000 torcedores.

O Barcelona não soube vencer. Muito dinâmico no meio-campo, sempre dominante, ágil e rápido nas tabelas, o Barcelona se perde, ultimamente, dentro das duas áreas: na adversária, por falta de profundidade e categoria, e às vezes na sua própria, pelas concessões da defesa e de Pinto. Com Xavi no banco, meio machucado, a equipe ganhou agressividade e determinação com Cesc, sempre presente nas transições e nas chegadas à frente, e melhorou suas prestações ofensivas com as constantes investidas de Alexis e a participação de Messi. Faltou um atacante que fizesse o gol.

O Barça jogou de maneira alegre e intensa desde a saída de bola, pressionando um adversário excelente na contenção, a segunda equipe que menos sofreu goleadas depois do Atlético, invicto em casa em 2014, bem protegido por seus três meias e pela organização do estrategista Escribá. Não custava nada aos barcelonistas encontrar-se com Messi. Em contrapartida, não encontravam a rede do Elche, muito bem defendida por Manu Herrera. Muitas vezes, o goleiro interveio, e em várias ocasiões, o chute lambia a trave ou era esquecido, como em um tiro de Iniesta. Apesar de terem criado chances suficientes para vencer, os azul-grenás não souberam abrir o placar, cegos diante da meta, sem sorte, contundência ou delicadeza, assim como sem inspiração, fineza e acerto que são necessários para coroar uma boa atuação como essa do Martínez Valero.

O Barça não conseguiu o gol, apesar de a sua criação de jogadas ter sido, às vezes, tão interessante quanto a defesa do Elche. Pedro e Messi não acertaram. Muito intervencionista e certeiro com o passe, o camisa 10 não funcionou, porém, como falso 9. Houve uma jogada que o traiu: Messi ficou sozinho à frente de Manu, em uma jogada duvidosa de impedimento, e chutou em cima do goleiro, depois de perder o tempo de bola e a mira do gol do Elche. A ação não teve nada a ver com os bons tempos de Messi. O futebol é mais lento desde que o camisa 10 não tem explosão, nem a mudança de ritmo e o brilho de quando ganhou a Bola de Ouro.

Com Messi derrotado, a equipe acelerou, manteve-se sem pausa no controle e se entregou a uma frenética troca de golpes, animado com o gol do Málaga. À roleta, somou-se Pinto, reprovável como goleiro e excelente como líbero, tão confortável com a bola aos pés que, em uma saída, foi capaz de driblar três jogadores do Elche. A roda das mudanças agitou a partida, condenada a um final dramático, condicionado pelas notícias que chegavam do Atlético, que não demorou para empatar com o Málaga.

Não houve jeito de colocar a bola na área de Herrera. Assim, o Barça recorreu a um tiro com efeito de Adriano, que não encontrou a meta por um dedo, da mesma maneira que um de Rodrigues escapou por pouco contra Pinto. Nem a entrada de Xavi deixou o Barcelona sereno, muito ansioso, pouco criativo e ambíguo, um reboque de acontecimentos que, para sua sorte, permitiram esse final: a possibilidade de ser campeão em casa depois de dois empates. Uma situação propícia para que se ative o barcelonismo como já aconteceu o referendo do Camp Nou. Se Messi se reencontrar com o gol e, agradecendo aos seus rivais, o Barça pode acabar campeão da Liga, por mais que não tenha estado à altura do Atlético.

Javi Márquez segura Messi pela camisa.
Javi Márquez segura Messi pela camisa.David Ramos (Getty Images)

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

¿Tienes una suscripción de empresa? Accede aquí para contratar más cuentas.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_