O premiê holandês ameaçou a UE de abandonar o euro em 2012
Mark Rutte disse a Van Rompuy que não aceitaria sua intromissão nos orçamentos nacionais O Parlamento holandês, com o extremista Geert Wilders na liderança, pediu explicações
Mark Rutte, primeiro-ministro liberal holandês, ameaçou em 2012 o presidente do Conselho da Europa, Herman Van Rompuy, de abandonar o euro se ele se intrometesse nos orçamentos nacionais para reforçar a integração. A ameaça foi feita em Haia durante um almoço, e o mandatário holandês reagiu de forma visceral contra a possibilidade de que os sócios comunitários tivessem que assinar contratos vinculantes para levar adiante as reformas econômicas. Os detalhes do encontro foram revelados agora pelo jornal De Volkskrant, e a oposição parlamentar holandesa pediu uma explicação de imediato.
Em uma tentativa de parar o golpe, o primeiro-ministro assegurou que “não falou de abandonar o euro”, embora tenha utilizado “linguagem firme para deixar claro que vetaria qualquer tentativa de ceder a um maior controle de Bruxelas ”. No entanto, em uma entrevista concedida nesta quarta-feira ao mesmo jornal, Van Rompuy assegura que “nunca viu outro líder comunitário falar assim sobre pertencer à zona euro”. Embora reconheça com elegância que “passaram tantas coisas depois, que já não importa mais”, também lembra de ter dito a Rutte a inutilidade de sua postura, “enquanto a Alemanha permaneça no euro”.
Admiradas, várias testemunhas do encontro tentam explicar a explosão de Rutte com o momento eleitoral. Três meses depois do almoço, a Holanda ia às urnas e o líder extremista Geert Wilders perdia a liderança. Seu discurso anti-europeu e contrário ao caro resgate da Grécia se calava entre o eleitorado e Rutte pode ter tentado se mostrar demasiado seguro de si mesmo.
Agora, o próprio Wilders é o mais interessado em lhe arrastar ao Parlamento. “Deixar o euro para trás é a solução e Rutte parece estar finalmente de acordo. E deve dizer isso o quanto antes possível”, disse. A oposição parlamentar, em especial liberais de esquerda e socialistas radicais, quer saber também as razões que levaram o primeiro-ministro a provocar dessa maneira Bruxelas quando seu discurso holandês era o oposto. Isto é, defender a integração a todo custo. Os verdes, por sua vez, exigiram que envie uma carta- resposta à Câmara explicando sua atitude. “Tem como prazo até o meio dia da quinta-feira”, advertem. Por enquanto, liberais de direita e social-democratas, aliados no Governo atual, não veem necessário “sair correndo para a Câmara” para discutir o assunto.
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