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Coreia do Sul resgata os primeiros corpos de dentro de navio que afundou

A promotoria confirma que a oficial que comandava o 'Sewol' nunca havia comandado uma embarcação antes

Traslado de uma vítima do naufrágio ao porto de Jindo.
Traslado de uma vítima do naufrágio ao porto de Jindo.Lee Jin-man (AP)

Quatro dias após o naufrágio de um barco na Coreia do Sul com 476 pessoas a bordo, a maioria estudantes, os mergulhadores conseguiram neste domingo recuperar os primeiros corpos do interior do barco. A cifra de mortos confirmada aumentou para 52, enquanto continua a busca de 250 desaparecidos, informou a Guarda Costeira. Os familiares protagonizaram cenas de tensão no porto de Jindo, para onde foram trasladados os cadáveres. Enquanto isso, a promotoria confirmou que a terceira oficial do barco, de 25 anos, que assumiu o timão no momento do acidente sem a presença do capitão, nunca havia tomado antes o leme. No sábado ela foi detida junto com o capitão e outro oficial por abandonar o barco sem atender o resgate dos passageiros.

Os mergulhadores encarregados dos trabalhos de resgate conseguiram, por volta da meia-noite, entrar pela primeira vez dentro do barco, que afundou na última quarta-feira, e recuperar desde então cerca de vinte corpos. Os mais de 650 mergulhadores que participam na operação levavam três dias tentando penetrar no Sewol, que repousa virado no fundo do mar das águas ao sudoeste do país, a 30 metros de profundidade.

Entre gestos de desespero e protestos contra as autoridades, os parentes das vítimas concentrados em Jindo observaram a chegada dos corpos. Os familiares, que acusaram o Governo sul-coreano de não se esforçar o suficiente, tomar decisões errôneas e proporcionar informação incorreta, enfrentaram por terceiro dia consecutivo às autoridades. Neste domingo protagonizaram um protesto pacífico no porto e tentaram organizar uma marcha para ir à Casa Presidencial de Seul. Houve, também, tentativas de agressão pontuais a delegados do Governo e à Guarda Costeira.

Durante o naufrágio do barco, que durou duas horas, foram resgatadas com vida 174 pessoas. A tripulação pediu aos passageiros que ficassem sentados no interior, o que fez com que eles acabassem presos quando o Sewol virou. O capitão da embarcação, Lee Jun-seok, de 69 anos, explicou no sábado depois de ser detido que atrasou a evacuação porque temia que os passageiros fossem arrastados pelas fortes correntes, e pediu perdão. Ele está acusado de cinco delitos, incluídos os de negligência e violação das leis marítimas. A promotoria anunciou neste domingo que pedirá que se prorrogue a detenção dos três oficiais durante 10 dias enquanto se analisam as causas do acidente.

Nas primeiras horas deste sábado os megulhadores avistaram pela primeira vez três corpos através de um cristal, mas não puderam entrar para recuperá-los até a meia-noite, pois as operações tiveram que ser suspensas durante várias horas pela forte maré e as correntes marítimas. Nestes momentos descarta-se praticamente a possibilidade de achar com vida a algum dos desaparecidos. Os especialistas calculam que, em caso de ter bolsas de ar no interior do navio, poderiam permitir a sobrevivência por até 72 horas.

As autoridades continuam pesquisando as causas do naufrágio. Continua ganhando peso a teoria de que uma virada brusca provocou o giro do transbordador ao deslocar a um lado 180 veículos e 1.157 toneladas de carga, em frente à hipótese da colisão com uma rocha ou um arrecife submarino.

O naufrágio do Sewol, que mantém a todo o país em vilo desde a quarta-feira, é uma das maiores tragédias humanas da história de Corea del Sur em tempos de paz.

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