_
_
_
_
Opinião
Texto em que o autor defende ideias e chega a conclusões basadas na sua interpretação dos fatos e dados ao seu dispor

Adeus, Barça, olá, Real Madrid

Três derrotas em uma semana contra rivais diferentes... Um sinal inequívoco da contínua decadência azul-grená

Ramon Besa
Messi, durante a partida.
Messi, durante a partida.alejandro ruesga

A Copa elevou o Real Madrid e desmontou o Barça. A final foi consequência do momento das duas equipes, condizente com a forma de suas estrelas e também generosa com Florentino Pérez. Gareth Bale marcou o gol da vitória, depois de um início excelente de Isco, enquanto Neymar se encolhia diante de Casillas e não havia notícias de Messi. A queda do camisa 10 depenou o Barça, eliminado na Champions League, derrotado na Liga e perdedor na Copa. Os azul-grenás acumularam três derrotas consecutivas em uma semana, diante de rivais diferentes, sempre acuados, em distintos estádios, nunca como protagonistas. O sinal inequívoco de uma contínua decadência, assinada na noite do Mestalla.

O Barcelona foi de encolhendo e cedendo até se desmontar, e o Real Madrid, paralelamente, cresceu; já é campeão da Espanha, e está à espera de disputar a Champions e a Liga. Os madridistas são hoje um time mais ambicioso e enérgico que os barcelonistas, que ruíram com um elenco dizimado, incorrigível, dominado e apático, também no Mestalla. O maior consolo que resta aos azuis-grená foi duelarem de forma épica, suficiente para serem reconhecidos como bons rivais, já desprovido de grandeza, vítima de seu próprio futebol envolvente, precisando de renovação e de um goleiro, seu ponto fraco, sobretudo em jogos que se resolvem nos detalhes e quando no gol adversário está Casillas.

Ainda que o resultado tenha sido diferente das duas partidas da Liga, o clássico da Copa também teve muitas nuances. Mas, no entanto, também houve algo que não mudou desde que o Barcelona perdeu seu goleiro e dois zagueiros titulares. Mesmo sem Cristiano Ronaldo, cada chegada dos atacantes do Real Madrid se anunciava como uma chance para marcar no gol de José Pinto. Nem era preciso chutar a gol, bastava passar do meio-campo. O campo se abria para o Real Madrid e a torcida azul-grená fechava os olhos, espantada pelo ataque dos brancos e desconfiada com a própria linha de defesa, lenta, com posicionamento desordenado, completada por um goleiro fraco com os pés e com as mãos, como Pinto.

Após marcar o primeiro gol, o Real Madrid interrompeu o ritmo arrebatador, convencido de que, se precisasse de um segundo gol, poderia marcá-lo quando quisesse. Então, durante alguns momentos, entregou-se a um exercício defensivo estupendo se comparado ao do Barcelona. Carlo Ancelotti tinha encontrado o ponto que queria desde que anunciou a escalação. Apostou em Isco, e o Real Madrid viveu o momento de Isco. O ritmo do jogo estava monopolizado pelo ótimo jogador madridista, fogoso na defesa, que desequilibrava no ataque, como se viu no 1 a 0: ele tomou a bola de Daniel Alves, criou o contra-ataque a partir de Bale e Benzema, e Di María marcou. O gol mostrou a maior virtude do Real Madrid e a o maior defeito do Barcelona.

A final e o momento da duas equipes foram retratados nos gols dos brancos

O ritmo vertiginoso dos brancos contrastava com a lentidão azul-grená. Excessivamente calmo, o Barcelona não encontrava Messi, e o Real Madrid disparava com Isco, Benzema e Bale. Os primeiros 15 minutos dos garotos de Ancelotti foi impossível de conter para a defesa do Barcelona, da mesma forma que a meia hora de domínio do Barça nunca desestabilizou o Real Madrid. Apesar da vantagem mínima, o jogo parecia resolvido em favor do Real desde o gol de Di María. A previsibilidade azul-grená era tão escandalosa, no campo e também nas substituições, que confundiu o adversário.

Quando a equipe de Ancelotti se animava e estava confiante no campo do Barcelona, chegou o momento de Bartra. Na falta de requinte e velocidade de circulação, abusando dos cruzamentos e sem chutar a gol ou criar chances, o Barcelona encontrou a solução em uma bola parada, na cobrança de um escanteio cobrado por Xavi e arrematado pelo zagueiro, imponente após superar Pepe pelo alto. Assim é a lógica do futebol: escalado para a defesa, o valente Bartra funcionou como atacante. Espantado, o Real Madrid esteve mal por um momento, até que apareceu Bale, protagonista da jogada cantada desde o início, o contra-ataque proporcionado por um erro do Barcelona, igualmente previsível: Daniel Alves errou, Messi não respondeu, e a arrancada monumental de Bale fez Bartra derreter e resumiu o que foi Pinto.

O jogo, a final e o momento das duas equipes, retratado perfeitamente nos gols, sempre com o Real Madrid superior.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

¿Tienes una suscripción de empresa? Accede aquí para contratar más cuentas.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_