Com 7 milhões de assinantes, Obama encerra o debate da reforma sanitária
O número de apólices médicas adquiridas supera as previsões da Casa Branca e dá impulso aos democratas nas legislativas
“O debate sobre a derrogação da lei terminou. A reforma sanitária veio para ficar”. Visivelmente satisfeito, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esgrimiu as cifras de cidadãos que assinaram uma apólice no mercado de seguros de saúde, 7,1 milhões, como o melhor exemplo do sucesso da lei de saúde, o projeto estrelar de sua presidência, em frente aos críticos e aos que defendiam revogar a norma argumentando a sua ineficácia. Um dia depois de cumprir o prazo final para adquirir um plano de abrangência sanitária, o número de assinaturas superou as expectativas da Casa Branca, sendo que ela mesma havia rebaixado dados dos graves problemas de funcionamento do site desde a que entrara no ar a oferta de seguros.
As alegações desta quarta-feira foram mais enérgicas a favor da reforma que o presidente norte-americano fez nos últimos meses. Seu gesto e seu tom nada tinham a ver com as feições de seis meses atrás, quando, no mesmo palco, o jardim das Rosas da Casa Branca, Obama reconhecia o fracasso do projeto mais ambicioso de seu mandato que supunham os erros e as falhas no funcionamento do portal de mercado de seguros justo quando se abria o prazo para as assinaturas. “Não há ninguém com maior frustração que a minha pela forma em que a lei está sendo executada”, reconheceu então.
Os problemas técnicos do site deram asas às críticas que o Partido Republicano fez da reforma sanitária uma de suas principais armas apontadas contra o presidente. A cifra de mais de sete milhões de assinaturas -aumentou em um milhão no último dia antes do término do prazo- não só indica o interesse dos norte-americanos em adquirir um seguro conforme os critérios estabelecidos na nova legislação de saúde, como também se trata de um dado simbólico em um ano eleitoral.
“Não poderíamos ter conseguido isto sem os democratas no Congresso e eles deveriam estar orgulhosos do que fizeram”, assinalou Obama enviando uma clara mensagem ao Partido Republicano sobre o preço que pode ser cobrado pela tenaz oposição à norma. “Ao final, isto não vai ser agradável para aqueles que se empenharam em negar aos norte-americanos sua segurança econômica mais básica, porque isso é o que representa a reforma sanitária”, indicou o presidente.
Os tropeços da Casa Branca na hora de executar partes essenciais dessa legislação –os problemas de funcionamento do site do mercado de seguros, o baixo número de assinaturas de seguros na etapa inicial, a demora na hora de aplicar determinadas medidas…- obrigava muitos candidatos a evitar o discurso sobre a reforma para evitar perder votos. Os novos dados deram novas esperanças. “Não estamos nos apresentando para defender a lei, mas também não vamos evitá-la”, disse nesta terça-feira a chefa da minoria na Câmara, Nancy Pelosi.
Aos sete milhões de assinantes há que somar os dos Estados -14, mais o Distrito de Columbia-- que estabeleceram seus próprios mercados de seguros. Estas cifras, no entanto, são enganosas porque não apontam quantos deles já estavam antes assegurados –várias organizações calculam que só 2% careciam de uma apólice- e quantos pagaram a prima fatura, uma condição imprescindível para que o plano entre em vigor. A secretária de Saúde, Kathleen Sebelius, assegurou na terça-feira que seu ministério estimava que entre 80% e 90% estavam em dia com seus pagamentos.
É esta indefinição que os republicanos usam para desvirtuar o sucesso da primeira convocação ao mercado de seguros –a segunda começa no próximo mês de novembro-. “Não sabemos o conteúdo dos planos que assinaram, se têm deduções, se pagam as indenizações… A única coisa que sabemos é que nossos eleitores estão tendo uma interação muito desagradável com a Obamacare [como se denomina depreciativamente a reforma sanitária] em todo o país”, assinalou o líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell.
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