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O maior mercado da América Central fica reduzido a cinzas

A prefeitura da Cidade da Guatemala cifra em 1.200 os locais comerciais destruídos por um incêndio

Os bombeiros trabalharam por mais de 12 horas para combater as chamas.
Os bombeiros trabalharam por mais de 12 horas para combater as chamas.NUESTRO DIARIO

Em uma prova da fortaleza que já foi protagonista em ocasiões anteriores, os mais de 6.000 vendedores do mercado La Terminal (O Terminal) na Cidade da Guatemala, o maior da América Central, dedicaram a quarta-feira a buscar entre os escombros algum objeto que pudesse ser útil na reconstrução de suas lojas. Os postos de venda foram reduzidos a cinzas na terça-feira por um incêndio que se declarou na madrugada e não foi controlado até o entardecer.

O panorama era desolador. Ferros retorcidos, cinzas e rios de água suja eram a paisagem onde famílias inteiras tentavam reconhecer o que, há apenas algumas horas antes, eram as lojas coloridas onde ofereciam seus produtos. De acordo as cifras oficiais, embora não definitivas, o número de negócios destruídos ronda os 1.200, pelo que se considera que o número de prejudicados supera os 6.000.

Os donos chegaram com as primeiras luzes do dia e sua principal preocupação foi coordenar com as autoridades a concessão de um posto provisório, para começar a vender o quanto antes. “Estamos muito afetados, mas ressurgiremos. Faremos florescer novamente nossos negócios”, comentou Claudia Pérez, proprietária de uma loja de cintos de couro.

Paralelamente, grupos de afetados negociavam com as autoridades, autárquicas e nacionais, que lhes concedessem um espaço para improvisar suas barraquinhas, enquanto se reconstroem os edifícios danificados. Outros, com ajuda de pás e carrinhos de mão, se dedicavam a retirar os escombros. Foram horas de intensa atividade.

Pela tarde, Carlos Hernández, vice-presidente do Comitê de Vendedores, dirigiu-se a seus colegas para anunciar que havia recebido a proposta formal de realocarem as lojas na área de estacionamento, enquanto o secretário autárquico, Héctor Cifuentes, disse que a prefeitura conta com um fundo de 23 milhões de quetzales (6,7 milhões de reais), “que serão utilizados para a reconstrução”.

Sobre o acontecido, o presidente da Guatemala, Otto Pérez, disse aos vendedores que deu instruções aos ministérios da Economia e Finanças (Fazenda), para que agilizem uma política de microcréditos que facilitem aos danificados reiniciar sua atividade.

É a quarta vez que este mercado sofre um incêndio desde sua inauguração, no final da década de 1950. Nesta ocasião não se registraram vítimas mortais. O antecedente mais dramático foi em novembro de 2006, quando um sinistro originado em uma venda de artifícios pirotécnicos consumiu 60 locais. 18 pessoas morreram queimadas nessa ocasião.

Em todos os incidentes, o maior obstáculo para os bombeiros foi a ausência de uma rede de hidrantes que lhes permita reabastecer, extremo que ficou novamente em evidência nesta terça-feira. É, além disso, um risco latente para todos os vizinhos da Cidade da Guatemala.

Segundo uma fonte do Ministério da Economia, La Terminal é o maior mercado maior da América Central e mais de 3.000 pessoas visitam o local diariamente.

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