_
_
_
_

Moscou abre os braços para a adesão da Crimeia à Rússia

Intelectuais e 30 membros do Conselho de Direitos Humanos russo assinaram uma declaração contra a guerra

Valentina Matviyenko, chefe do conselho da Rússia com o porta-voz no parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov.
Valentina Matviyenko, chefe do conselho da Rússia com o porta-voz no parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov.SERGEI KARPUKHIN (REUTERS)

A Rússia está disposta a reconhecer os resultados do referendo que ocorre na Crimeia no próximo dia 16 de março, ou seja, Moscou se dispõe a aceitar a península como uma das repúblicas da Federação Russa. Foi o que deu a entender a chefe do Conselho da Rússia, Valentina Matviyenko, e o porta-voz do Parlamento da Crimeia, Sergué Naryshkin.

"Se o povo da Crimeia aprovar no referendo a decisão de ingressar na Federação Russa, nós, como Câmara Alta, apoiaremos sem dúvida essa decisão", declarou Matviyenko durante seu encontro com Konstantínov.

Ao longo da manhã desta sexta-feira, mais de 65.000 pessoas foram para o centro de Moscou -segundo o Ministério do Interior russo - para apoiar a iniciativa do Parlamento regional da república autônoma ucraniana da Crimeia de se incorporar à Rússia. O comício ocorreu ao lado do Kremlin, na rua Vasílyevski Spusk. "'Acreditamos em Putin", "A Crimeia é russa" e "Não nos renderemos", eram alguns dos gritos que se escutavam.

Konstantínov se reuniu também com seu colega da Duma Estatal, Serguéi Naryshkin, que qualificou de "histórica" a decisão de chamar um plebiscito para aprovar a integração da Crimeia como parte da Federação Russa.

"Respeitaremos a eleição histórica dos habitantes da Crimeia e de Sebastopol", assegurou Naryshkin. Sebastopol, a cidade porto onde a Frota do Mar Negro russa tem sua base principal, desfruta de um status especial.

O chefe do comitê para assuntos da Comunidade de Estados Independentes, o deputado Leonid Slutski, afirmou por sua vez que "imediatamente no dia seguinte ao referendo, a Duma Estatal aprovará os resultados" da consulta da Crimeia.

O Ministério das Relações Exteriores russo classificou como "propaganda de baixo nível" o documento com as "10 mentiras sobre a Ucrânia" que o Departamento de Estado norte-americano publicou em seu site.

Para Moscou, é uma distorção "primitiva" da realidade, "cheia de cinismo e de dupla moral". O porta-voz das Relações Exteriores, Alexandr Lukashévich, declarou, além disso, que "os EUA não têm e não podem ter nenhum direito de ditar moral sobre o cumprimento das normas internacionais e o respeito à soberania de outros países", e lembrou do bombardeio da extinta Iugoslávia e da invasão do Iraque com "um pretexto falsificado". Também procedeu a enumerar outras invasões norte-americanas realizadas depois da II Guerra Mundial.

Enquanto isso, a intelectualidade russa se dividiu diante da possibilidade de que estoure uma autêntica guerra com a Ucrânia. Cerca de 30 membros do Conselho de Direitos Humanos adjunto ao presidente, ou seja, praticamente a metade desse organismo, assinaram uma declaração contra a guerra. Também conhecidos diretores de cinema, escritores e pesquisadores se mostraram publicamente contrários a um conflito com o país vizinho e criticaram o Kremlin por sua política ante Ucrânia.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_