Encontradas em Israel centenas de cartas de Himmler, ex-chefe da SS nazista
Tratam-se de missivas enviadas principalmente para a sua esposa entre 1927 e 1945 O assunto é sobretudo amoroso e familiar, segundo o diário 'Die Welt'
Quase 70 anos após o suicídio do comandante nazista Heinrich Himmler, o jornal Die Welt teve acesso a centenas de cartas do temido chefe da organização militar SS, que foram recuperadas em uma casa de Israel. Tratam-se de missivas enviadas por Himmler principalmente para a sua esposa, Marga, de 1927 até poucas semanas antes de se suicidar, em 1945, ao cair em mãos dos aliados. Junto às cartas teriam sido recuperados fotografias e documentos privados, cuja autenticidade, assim como a das missivas, foi certificada pelo chefe dos arquivos públicos da Alemanha, Michael Hollmann, como informou a agência Efe.
As cartas aparecem assinadas com a frase “Seu Heini” ou “Vosso pai” e seu conteúdo é basicamente amoroso e familiar, embora também sejam verificados exemplos do antissemitismo de Himmler. As missivas encontravam-se em uma caixa de segurança de um banco de Tel Aviv e não está claro como chegaram ao jornal.
As missivas, embora não acrescentem detalhes sobre sua militância no partido nazista, deixam entrever alguns aspectos da vida privada do “gênio do mau” do III Reich, como por exemplo, sua longa relação extraconjugal com sua secretária.
Muitas perguntas
Talvez as cartas ajudem também a responder a pergunta formulada, há cinco anos, pelo historiador Peter Longerich: “Como pôde um personagem medíocre alcançar tanto poder?”. Longerich precisou de mais de mil páginas para descrever a metamorfose de um jovem bávaro solitário em um monstro que sonhou eliminar todos os seres indesejáveis para o novo império alemão que estava por nascer.
O livro Heinrich Himmler, uma Biografia (Objetiva), escrito pelo historiador, foi o primeiro grande trabalho sobre o arquiteto da eliminação do povo judeu na Europa. Segundo o autor, Himmler foi um burocrata criminoso que escalou os degraus do poder graças ao sonho que impregnou sua vida e que perseguiu até sua morte: um mundo que devia ser controlado pelos alemães arianos e no qual não havia local para os judeus, os eslavos, os homossexuais, os deficientes e os chamados "associais", os quais Himmler descreveu como “escória humana”.
Depois do suicídio de Hitler, o fanatismo de Himmler impulsionou-o a buscar uma segunda carreira política, ao lado dos aliados, que ficaram horrorizados com a ideia. Finalmente, Himmler se suicidou, em 23 de maio de 1945, com uma cápsula de cianeto.
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