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Os EUA retomam o centro empresarial

Nove das 10 companhias mais valiosas são norte-americanas, após a perda de fôlego da China As empresas tecnológicas melhoram posições em 2013

Amanda Mars
Apple é a empresa mais valiosa. Sua loja em Nova York.
Apple é a empresa mais valiosa. Sua loja em Nova York.C. ALLEGRI (REUTERS)

Os Estados Unidos recuperaram as forças. A economia acelerou no terceiro trimestre e a taxa de desemprego caiu ao nível mais baixo dos últimos cinco anos, enquanto a vigorosa China, muito encorajada nos últimos anos por uma bolha de crédito, sofre de problemas de financiamento no curto prazo. Nove das 10 empresas mais valiosas do mundo em bolsa em 2013 são norte-americanas, um top ten do qual desapareceram as três multinacionais chinesas que estavam ali há um ano, segundo a classificação que elabora anualmente a Bloomberg, o maior banco de dados financeiros. E, ampliando a lista às 50 primeiras, mais da metade, 29, são dos EUA, cinco a mais que um ano atrás. A primeira economia do mundo sempre intimida na bolsa, mas em 2013, no melhor ano para Wall Street em duas décadas, conseguiu o maior domínio desde 2006.

É fácil fazer uma leitura de um país a partir de como mudaram as posições na listagem das 500 mais valiosas companhias do mundo em bolsa: a desaceleração da China, os estímulos monetários do banco central norte-americano que mal sofreram uma redução simbólica no reta final do ano... Mas as diferentes ultrapassagens produzidas neste ranking têm muito a ver com o relato de cada indústria, de cada companhia inclusive, com o fato de que as tecnológicas ganharam terreno frente a setores mais tradicionais, como o energético.

A Apple se consolidou como a maior companhia do mundo, já que conseguiu em 2012, apesar do encolhimento de 12 bilhões de euros em sua capitalização na bolsa, para 367,1 bilhões, o que encurtou a distância para a Exxon, a segunda, da qual arrebatou o primeiro posto no ano anterior. O grupo energético engordou agora em cerca de 23 bilhões, para 321,5 bilhões.

Só três das 50 primeiras companhias correspondem à zona do euro

A companhia fundada por Steve Jobs viveu no ano passado três trimestres seguidos de queda de lucro, em um momento em que não sofria um retrocesso de ganhos há uma década, com vendas do iPhone que não cresceram com o vigor de antigamente e a pressão de baixa dos preços.

Ainda assim, a companhia da maçã mantém seu resplendor, e tem desbancado a Coca Cola como a marca mais valorizada do mundo, segundo a lista elaborada a cada ano pela consultora especializada Interbrand, e com algo que nunca prejudica a avaliação de uma companhia em bolsa: a companhia decidiu aumentar em 15% o dividendo que paga a seus acionistas.

O número de empresas de tecnologia entre as 50 primeiras, que passaram de sete a nove, conta ainda com a incorporação do Facebook, que foi introduzido no ranking com uma avaliação de mais de 100 bilhões de euros, que lhe permitiu ocupar o posto 44.

Depois da Apple e da Exxon, onde em 2012 continuavam a Petrochina, o banco chinês ICBC e a China Mobile, entraram no atual ranking os dois gigantes tecnológicos Google e Microsoft, que no ano passado estavam no oitavo e décimo lugar, respectivamente, seguidos de Berkshire Hathaway, o grupo do magnata Warren Buffet, com o qual ele investe na Coca Cola, na American Express ou na Johnson & Johnson, entre outras.

O número de marcas chinesas entre as 50 encolheu de seis a cinco. E a única exceção ao poderio norte-americano entre as dez primeiras companhias é a farmacêutica suíça Roche, que deu um salto espetacular: de número 24 em 2012 à nona posição em 2013, um ano em que o grupo melhorou 4% em suas vendas e foi decidido o aumento de 8% em seu dividendo. No entanto, a presença de companhias da zona do euro na lista das 50 mais cotadas continua em baixa e mantêm-se com as mesmas três do ano anterior: a belga de bebidas Anheuser-Busch (33), a petroleira francesa Total (39) e a farmacêutica Sanofi (41).

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