Um mentor muito influente
Jang Song-thaek, tio de Kim Jong-un, já havia sido vítima de um expurgo em 2004
Jang Song-thaek, de 67 anos, era considerado o mentor do seu sobrinho Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte, e foi um dos homens mais poderosos do regime. Casado com Kim Kyong-hui, irmã de Kim Jong-il – pai e antecessor do atual líder –, Jang aumentou rapidamente sua influência após a apoplexia que acometeu Kim Jong-il em 2008. Em 2010, foi nomeado vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional, o que muitos observadores políticos viram como um passo decisivo para solidificar a transferência de poder de Kim pai para Kim filho.
Jang foi a figura central no círculo de altos funcionários e familiares que garantiram que o inexperiente Kim Jong-un ocupasse o poder aos 28 anos de idade, após a morte do seu pai. A esposa dele foi outra das pessoas chaves. Foi promovida a general de quatro estrelas em 2010, junto com Kim Jong-un. Mas no último ano Kim Kyong-hui esteve menos visível, e surgiram informações dando conta de que estaria muito doente e buscando tratamento médico em Cingapura.
Jang tinha laços estreitos com a China. Em 2012, viajou a Pequim em nome de Kim Jong-un. Também dirigia a parte norte-coreana de uma zona econômica especial em sociedade com a China. A queda em desgraça de Jang ocorre num momento em que um dos seus colaboradores mais próximos, que não foi identificado, solicitou asilo à Coreia do Sul. Essa pessoa, que geria verbas para Jang, está sob proteção sul-coreana em um lugar secreto da China, segundo relataram o canal noticioso YTN e o jornal Kyunghyang Shinmun, ambos da Coreia do Sul, na sexta-feira passada. De acordo com a YTN, o assistente fugiu para a China no final de setembro ou começo de outubro, levando consigo informações financeiras relativas a Kim Jong-un e Kim Jong-il. Se confirmada, trata-se da deserção mais grave para Pyongyang desde 1997, quando Hwang Jang-yop, ideólogo do Partido dos Trabalhadores e um dos arquitetos da doutrina oficial do país, a Juche (“autossuficiência”), se refugiou na embaixada sul-coreana em Pequim, chegando a Seul várias semanas depois.
Jang Song-thaek já havia caído em desgraça anteriormente. Acredita-se que em 2004 ele tenha sido acusado de corrupção e obrigado a passar por “reeducação pelo trabalho” numa usina siderúrgica, mas voltou à vida política no ano seguinte. A queda nesta ocasião parece mais grave, e sua imagem foi eliminada de fotos e vídeos oficiais.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.