Os líderes do Congresso chegam a um acordo orçamentário para evitar outra paralisação do governo
O modesto pacto deve ser aprovado pela Câmara e o Senado, o que deve ocorrer antes dos feriados natalinos
Desde o começo da era Obama o Congresso não havia conseguido aprovar um acordo bipartidário preliminar sobre o orçamento, algo que aconteceu nesta terça-feira. Enquanto o governo federal estava parado hoje por causa de uma tempestade de neve, os congressistas no Capitólio se esforçavam para chegar a um principio de acordo que a Câmara poderia votar esta semana e o Senado, na próxima, para fecharem para os feriados natalinos sem a ameaça de uma nova paralisação da administração em 2014 e outra batalha sobre a dívida. A data-limite para alcançar um acordo seria a próxima sexta-feira.
O principio de acordo anunciado em coletiva de imprensa depois das 18 horas pelo presidente da Comissão de Orçamento da Câmara de Representantes, Paul Ryan, e seu colega na direção do Senado, Patty Murray, estabelece as bases dos gastos do governo federal para os próximos dois anos e evita os cortes mais impopulares, a pesar de não incluir um ponto que era fundamental para os democratas, que desejavam a ampliação dos beneficios a longo prazo para os desempregados.
Embora o pacto seja modesto em seu alcance e propósitos, pelo menos consegue acabar com as guerras orçamentárias e pôr fim ao mau hábito de governar a golpe de leis de curto prazo que remendam as necessidades de despesas. Desde o começo do ano, o governo opera sob estritos níveis impostos pelo que é chamado de sequester (sequestro), os cortes automáticos de 85 bilhões de dólares em gastos federais que entraram em vigor ao não se conseguir um acordo orçamentário em março e que prejudicaram importantes programas sociais do governo e o orçamento da Defesa.
Ryan, o ex-candidato republicano à Vice-Presidência dos EUA em 2012, definiu o acordo como “um passo na direção certa” que evitará a ameaça de outra paralisação do governo em janeiro, quando no dia 15 expirar o atual financiamento, e em outubro do ano que vem, quando se inicia o próximo ano fiscal.
Por seu lado, a senadora Murray lembrou que os EUA tem vivido de crise orçamentária em crise orçamentária nos últimos três anos – desde que os republicanos conseguiram a Câmara em 2011 – por falta de consenso, o que tem sido “devastador” para a recuperação da economia.
Obama disse que não é um acordo ideal, mas que pelo menos "quebra a tendência de atuar no curto prazo"
O acordo encherá os cofres do Estado até 2015 com uns 63 bilhões de dólares (o equivalente a143,3 bilhões de reais) dos cortes automáticos que foram feitos nos gastos públicos – o famoso “sequestro” – para reduzir o déficit, na falta de um acordo orçamentário em março. Os cortes do sequestro representavam prescindir de 85 bilhões de dólares (196 bilhões de reais) este ano e de 2,2 trilhão (2,77 trilhões de reais) na próxima década.
O alívio desses cortes se compensará com outras reduções seletivas de gastos e com um aumento nos ingressos que será conseguido, entre outras medidas, com um aumento dos aportes que os empregados federais fazem aos seus planos de aposentadoria.
Além disso, o pacto bipartidário estabelece um nível de gasto de aproximadamente 1 bilhão de dólares (2,3 bilhões de reais) para o ano fiscal de 2014 e garante que a administração federal terá fundos para continuar operando a partir de 15 de janeiro.
A Casa Branca comemorava o acordo alcançado através de um comunicado e, assim como disseram Ryan e Murmay, reconhecia que não era o pacto perfeito. “Esse acordo não inclui tudo o que eu quero e sei que muitos republicanos sentem o mesmo que eu”, escreveu Barack Obama. “Mas essa é a natureza do compromisso”, continuou o presidente, já de volta de sua viagem à África do Sul para assistir às cerimônias em razão da morte de Nelson Mandela. “O que sem dúvida é um bom sinal é que os democratas e os republicanos do Congresso tenham sido capazes de se por de acordo e romper o ciclo de atuar a curto prazo com decisões motivadas por crises”.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.