Lista de Fachin tem ministros de Temer e mais de um terço do Senado
Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, pede a abertura de ao menos 80 inquéritos
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), já tomou a decisão de abrir quase uma centena de inquéritos com base na monumental delação de executivos da Odebrecht, a chamada delação do fim do mundo. A informação foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo no final da tarde desta terça-feira, e confirmada pela Corte horas depois. A investigação atingirá a cúpula do poder em Brasília: a lista de Fachin tem oito ministros do Governo Michel Temer, mais de um terço do Senado (29 senadores) e 39 deputados federais.
Em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de 83 inquéritos com base nas colaborações da Odebrecht com a Justiça e, desde então, Brasília vive clima de suspense à espera dos novos atingidos pela megaoperação. De acordo com o jornal, Fachin tomou a decisão em 4 de abril, de maneira eletrônica. Esta é a segunda lista de inquéritos da Lava Jato a atingir o alto escalão político brasileiro. A primeira, em março de 2015, tinha 50 nomes.
A segunda lista de inquéritos abarca, no Senado, nove dos 22 senadores do PMDB. A bancada do PSDB também consta na relação: sete de seus 11 senadores. O PT tem quatro parlamentares da Casa Alta alvo de inquéritos. Na Câmara o PT foi o partido mais atingido pelos pedidos: 17 parlamentares da legenda de um total de 58 constam na lista do Estado de São Paulo. Em seguida aparece o PP, com 5 deputados na relação.
A lista, se confirmada, atinge o alicerce político da gestão Temer, com ministros próximos do presidente e centrais na articulação das reformas que o mandatário pretende aprovar no Congresso. Seja como for, Temer repetiu a auxiliares ainda nesta terça-feira que segue a regra que ele mesmo criou: só serão afastados os ministros que se tornarem réus na Lava Jato, informa Afonso Benites, de Brasília. Por ora, eles são, segundo o jornal, apenas alvos de inquéritos. Além dos nove ministros alvo de inquérito, existe a expectativa que Temer indique o ex-senador peemedebista Luiz Otávio Campos para assumir a secretaria nacional de Portos. O ex-parlamentar também é alvo da Lava Jato. Ele é ligado aos clãs Barbalho e Lobão, do PMDB.
Ministros
Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil
Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência da República
Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia
Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional
Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores
Blairo Maggi (PP), da Agricultura
Bruno Araújo (PSDB), das Cidades
Roberto Freire (PPS), da Cultura - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Senadores
Romero Jucá Filho (PMDB-RR)
Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Paulo Rocha (PT-PA)
Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)
Edison Lobão (PMDB-PA)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Jorge Viana (PT-AC)
Lidice da Mata (PSB-BA)
José Agripino Maia (DEM-RN) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Marta Suplicy (PMDB-SP) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalírio José Beber (PSDB-SC)
Ivo Cassol (PP-RO)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)
Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)
José Serra (PSDB-SP)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Omar Aziz (PSD-AM)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Eduardo Amorim (PSDB-SE) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Carmo Alves (DEM-SE) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Deputados federais
Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara
Paulinho da Força (SD-SP)
Marco Maia (PT-RS)
Carlos Zarattini (PT-SP)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
Milton Monti (PR-SP)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
Nelson Pellegrino (PT-BA)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Jutahy Júnior (PSDB-BA)
Pedro Paulo Teixeira (PMDB-RJ)
Maria do Rosário (PT-RS)
Felipe Maia (DEM-RN) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Ônix Lorenzoni (DEM-RS)
Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE) - Fachin mandou pedido de volta à PGR em função da possível prescrição do suposto crime.
Vicente “Vicentinho” Paulo da Silva (PT-SP)
Cacá Leão (PP-BA)
Dimas Toledo (PP-MG)
Décio Lima (PT-SC)
Alfredo Nascimento (PR-AM)
Antonio Brito (PSD-BA)
Arlindo Chignalia (PT-SP)
Arthur Maia (PPS-BA)
Celso Russomano (PRB-SP)
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Fábio Faria (PSD-RN)
Heráclito Fortes (PSB-PI)
Zeca Dirceu (PT-PR)
Zeca do PT (PT-MS)
José Carneiro (PSB-MA)
Julio Lopes (PP-RJ)
Paulo Lustosa (PP-CE)
Rodrigo Garcia (DEM-SP) - Licenciado, é secretário do Governo de São Paulo.
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)
Vander Loubet (PT-MS)
Vicente Cândido (PT-SP)
Yeda Crusius (PSDB-RS)
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