_
_
_
_
_

Morre aos 105 anos a jornalista que deu o furo da Segunda Guerra Mundial

Clare Hollingworth estava havia apenas uma semana no 'Daily Telegraph' quando foi enviada à Polônia

Clare Hollingworth em 10 de outubro, durante a comemoração de seu 105 aniversário.
Clare Hollingworth em 10 de outubro, durante a comemoração de seu 105 aniversário.Kin Cheung
Mais informações
Facebook anuncia um plano com sete pontos para combater notícias falsas na rede
Caco Barcellos: “Erros históricos nascem a partir da imprecisão jornalística”

Clare Hollingworth, a veterana correspondente de guerra britânica que foi a primeira a dar a notícia do início da Segunda Guerra Mundial, morreu nesta terça-feira aos 105 anos. Cathy Hilborn Feng, amiga da família, confirmou à France Presse que Hollingworth faleceu em Hong Kong, lugar onde residiu por mais de 30 anos.

A família publicou uma breve declaração na página do Facebook chamada Celebrate Clare Hollingworth. “Estamos tristes por anunciar que depois de uma carreira ilustre, que abarca um século de notícias, a célebre correspondente de guerra Clare Hollingworth morreu esta noite em Nong Kong”, informa o comunicado.

Clare Hollingworth foi testemunha dos horrores da guerra no Vietnã, Argélia, Oriente Médio, Índia e Paquistão, bem como a Revolução Cultural, na China. No entanto, é mais lembrada por ter dado o furo do início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, quando estava havia apenas uma semana trabalhando no Daily Telegraph.

Ela contou antes de ninguém, aos 27 anos, a história da invasão alemã da Polônia. Enquanto dirigia um carro que um diplomata britânico lhe havia emprestado para cruzar a fronteira teuto-polonesa, viu centenas de tanques, carros blindados e canhões de artilharia em direção à Polônia, preparados para combate.

Três dias depois, o 1º de setembro de 1939, Hollingworth telefonou para a embaixada britânica em Varsóvia para contar que a guerra havia começado, depois que o ruído dos aviões e tanques nazistas a despertaram em Katowice, uma cidade polonesa perto da fronteira com a Alemanha. Como não acreditaram nela, a veterana repórter disse que colocou o telefone do lado de fora da janela para que eles mesmos escutassem o som do avanço alemão.

Em outubro ela havia festejado seu 105º aniversário no Clube dos Correspondentes Estrangeiros em Hong Kong. “Nós nos sentimos muito tristes pelo falecimento de Clare, que foi uma tremenda inspiração para todos nós e um membro estimado de nosso clube”, declarou a presidenta da associação, Tara Joseph.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_