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Fim do ‘Obamacare’ e do Estado Islâmico: os planos de Trump para seus 100 primeiros dias

Presidente-eleito dos EUA promete um plano para derrotar o Estado Islâmico no primeiro mês

Quando os mercados financeiros abriram no dia seguinte à eleição presidencial norte-americana, algumas empresas que administram planos de saúde começaram a subir na Bolsa, um sinal de que, dentro de todas as promessas de ruptura feitas por Donald Trump, uma que parece especialmente verossímil e imediata é o fim da reforma sanitária do presidente Barack Obama, que prometia oferecer uma cobertura acessível a todos os norte-americanos. Mas, em seu contrato com a população para os 100 primeiros dias de mandato, Trump também anunciou outros planos importantes, como o de liquidar o terrorismo do Estado Islâmico no prazo de um mês. Durante a campanha, o republicano havia divulgado em seu site um “contrato com os norte-americanos”, com sua assinatura, em que esboçava as medidas dos seus 100 primeiros dias após a posse.

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Acabar com o Estado Islâmico. Não será nos primeiros 100 dias de Governo, e sim nos primeiros 30, conforme promessa dele durante a campanha. O prazo é mais concreto que o método a ser usado, já que o seu programa eleitoral só menciona uma maior colaboração militar com os aliados árabes e mais controles migratórios para evitar a entrada de terroristas nos EUA. Trump também tem se voltado contra o acordo nuclear dos Estados Unidos com o Irã, mas o presidente iraniano, Hasan Rohani, manifestou na terça-feira que este não pode ser desfeito por uma decisão unilateral.

Mão de ferro na imigração. Trump prometeu deportar todos os imigrantes irregulares (são 11 milhões) e, especificamente, revogar uma ordem executiva (espécie de medida provisória) de Obama pela qual estrangeiros que entraram ilegalmente no país quando crianças, crescendo e integrando-se à sociedade local, podem permanecer nos EUA com autorizações de trabalho renováveis a cada dois anos. Atualmente, 700.000 pessoas já beneficiadas pelo programa voltarão a ficar sob risco de deportação. Não parece que a construção do muro de separação com o México possa ser uma das medidas iminentes de Trump (apesar de constar no contrato dos 100 primeiros dias), mas ele promete obter o financiamento necessário – já disse que o México irá pagá-lo. Também propõe dois anos de prisão para quem tentar entrar ilegalmente no país depois de uma primeira deportação.

Fim do Obamacare. Uma das promessas mais repetidas e aplaudidas nos comícios foi a de acabar com o Obamacare, a reforma sanitária que pretendia oferecer seguro médico universal a preços acessíveis, um dos grandes projetos de Obama. Muitos eleitores de Trump acreditam que a reforma encareceu os planos de saúde para a maioria dos norte-americanos. Trump propõe que os cidadãos possam abrir contas de poupanças sanitárias (semelhantes a um plano de pensões) e fazer contribuições isentas de impostos, de forma a contribuir para o pagamento dos seguros. A alta das empresas do setor nas Bolsas reflete uma confiança do mercado nesse compromisso.

Juiz para a Suprema Corte. Cabe ao presidente nomear os juízes da Suprema Corte, responsáveis por decisões politicamente cruciais. Essas indicações, no entanto, precisam ser aprovadas no Congresso. Já está nas mãos de Trump a tarefa de indicar o substituto do juiz conservador Antonin Scalia, que morreu há oito meses. Obama indicou Merrick Garland, mas os republicanos bloquearam esse nome.

“Drenar o pântano” de Washington

“Vamos drenar o pântano…”, gritavam em coro o candidato Trump e seus apoiadores nos comícios durante a campanha, numa referência à corrupção na capital (situada sobre um antigo pântano), sede do Governo e dos lobbies.

No contrato dos 100 primeiros dias, isto se traduz numa emenda constitucional que imporia limites ao mandato dos congressistas e a proibição vitalícia de que parlamentares e ex-parlamentares trabalhem para lobbies. Veda também a captação de doações eleitorais por estrangeiros.

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