Mario Balotelli, ladeira abaixo
Atacante italiano, sem espaço no mercado, viu a Eurocopa do sofá e agora treina com a equipe reserva do Liverpool
Em 2 de julho, enquanto a Itália disputava com a Alemanha uma vaga na semifinal da Eurocopa, Mario Balotelli proclamava em uma entrevista ao Corriere della Sera que ganharia a Bola de Ouro neste ano. Que entendia os risos que essa ideia provocava, mas que tentaria assim mesmo, porque não aceitava chegar ao final da sua carreira sem ter conseguido esse feito. Mario Balotelli tem 25 anos, e parece que o final da sua carreira está mais perto do que ele acredita.
O atacante italiano, que viu a Eurocopa do sofá, está treinando com o time B do Liverpool, clube ao qual retornou recentemente depois do final do seu empréstimo ao Milan. Jurgen Klopp já lhe comunicou que não conta com ele, por isso Balotelli espera o enésimo milagre do seu empresário para encontrar um novo time. Repete-se a história das últimas temporadas.
“Já conversei com ele. Não está numa fase da sua carreira para lutar com quatro ou cinco jogadores por uma ou duas vagas. Estão aí Sturridge, Benteke, Origi, Firmino e agora também Emanei, então está claro que ele terá que procurar uma solução”, afirmou o técnico do Liverpool, acrescentando que não tem dúvidas quanto ao talento de Balotelli. O centroavante publicou no seu Instagram uma foto cercado por colegas na faixa dos 18 aos 20 anos. “Estou me empenhando e fazendo um treino de grande qualidade”, afirma. O Sun reagiu assim: “O fiasco de 90.000 libras por semana trabalha com os jovens. Apesar de ter caído em desgraça gravemente, garante ter feito um treino de qualidade”.
Balotelli rompeu em janeiro de 2013 com o Manchester City, ou o City com o Balotelli (que havia chegado lá em meados de 2010). O Milan o contratou e, um ano e meio depois, o repassou ao Liverpool. Os Reds voltaram a cedê-lo ao clube rossonero em agosto do ano passado (com regras quase militares incluídas em seu contrato). Agora, volta para a Inglaterra, mas sem espaço na equipe principal. Nas duas últimas temporadas, jogou 2.503 minutos e mais recebeu cartões amarelos (13) do que marcou gols (7).
“Se eu fosse Conte, faria o mesmo, não teria me convocado para a Eurocopa. Passei dois anos fora do meu nível. Por problemas físicos e outros problemas eu deixei de ser eu”, admitiu Balotelli ao Corriere della Sera. Perguntaram-lhe se ele havia despertado expectativas demais, já que pareceu se consumir muito rapidamente. “Não, pelo contrário. Numa escala de 1 a 10, fiquei em 5, mas pouco a pouco chegarei a 10, porque quero chegar. Ganharei a Bola de Ouro. Até dois anos atrás, eu me conformava com o que tinha. Era feliz assim e não sentia a necessidade de melhorar. Achava que o que eu tinha era suficiente. Por outro lado, nos últimos dois anos comecei a trabalhar de verdade, mas os resultados não chegaram. Possivelmente paguei pelo que não fiz durante os 23 anos anteriores, mas estou tranquilo.”
A Ventura, o novo treinador italiano, lhe perguntaram no dia da sua apresentação se convocaria Balotelli. "Se ele jogar e se comportar como profissional, será tratado como um a mais. Mas ele não joga no Milan, e o Liverpool não o quer. Está numa encruzilhada”, respondeu.
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