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Coke dá ao Sevilla a quinta Liga Europa depois de vencer o Liverpool

O time andaluz vira o placar com um segundo tempo espetacular para conquistar sua terceira Liga Europa consecutiva

Rafael Pineda
Reyes levanta a taça da Liga Europa conquistada pelo Sevilla.
Reyes levanta a taça da Liga Europa conquistada pelo Sevilla.Alejandro Ruesga (EL PAÍS)
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Para matar o Sevilla é preciso acertar sete tiros. Só assim se pode entender que uma equipe morta no fim do primeiro tempo de uma final ressuscite de maneira tão fantástica, ponha em ação um fabuloso repertório de recursos e destroce um adversário como o Liverpool num segundo tempo para emoldurar. O resultado é a quinta Liga Europa de sua história, a terceira consecutiva, algo inédito. Uma autêntica barbaridade o que fez este Sevilla, em que jogadores subalternos como Coke se erigiram em protagonistas, em que a estupenda direção de Unai Emery virou o marcador, mudando o posicionamento de Banega para que recebesse a bola, ordenando um adiantamento das linhas que resultou nocivo para um Liverpool que se assustou com a pegada do campeão. Aliás, o Sevilla jogará a Liga dos Campeões na próxima temporada. Além disso, uma nova final o espera no próximo domingo, a Copa do Rei, contra o Barcelona. Entre gritos de olé de seus torcedores, minoritários frente à esmagadora superioridade dos torcedores do Liverpool, o Sevilla destruiu uma equipe mítica como o Liverpool (1x3) com um segundo tempo espetacular, em que submeteu o rival de todas as maneiras possíveis. Um grande Sevilla conquistou sua quinta Liga Europa. Uma vitória indescritível.

Não se sabe bem o porquê. A equipe mais competente na hora de jogar finais apareceu desfigurada no início de sua terceira final consecutiva. Emery mandou a campo o onze que se esperava diante de um Liverpool muito entusiasmado, que desde o início teve as ideias mais claras. E acima de tudo, um pouco mais de velocidade e de força que bloqueou o Sevilla.

Essencialmente porque soube sufocar a saída de bola do time andaluz, que sofreu uma barbaridade. Não que o Liverpool exibisse uma pressão asfixiante no campo do adversário, mas sempre soube quando apertar para que a bola caísse nos pés de Carriço ou Escudero, por exemplo, e nunca nos de Banega. O argentino tentou, mas foi incapaz de evitar seus rivais, exceto em algum drible isolado. Engripado o motor do Sevilla, que nunca conseguiu se aproximar de Vitolo e Gameiro, o Liverpool sempre deu mais sensação de perigo. No chute de Can aos sete minutos desviado por Soria, no toque de mão que pareceu pênalti de Carriço três minutos depois e num mano a mano de Sturridge com Soria que o jovem goleiro Sevilla salvou.

Não havia nenhum indício de perigo no jogo dos andaluzes, que inclusive sofriam com o bom jogo dos meio-campistas do Liverpool, especialmente Lallana e Firmino, que abriam espaços para as rápidas incursões de Clyne pela ponta. O calvário de Escudero foi maiúsculo. Sem a bola e com o Liverpool ganhando os espaços, o Sevilla não tinha respostas individuais ou coletivas. Não chutou contra a meta de Mignolet e se deparou com um golaço de Sturridge que o deixou bloqueado. O fim do primeiro tempo foi um suplício, com Krychowiak tentando cobrir as avenidas de penetração que encontravam, uma e outra vez, os velozes meias do Liverpool.

Gameiro começa a virada

O milagre chegou perto dos 20 segundos da segunda etapa. Naquele período de tempo o Sevilla fez tudo o que não pôde fazer na primeira metade. Um golaço num passe de Mariano a Gameiro que mudou a cara da final.

O Sevilla se soltou e começou a voar. O Liverpool não acreditava. Toda a intensidade era agora da equipe de Emery, que tocava a bola uma e outra vez para sair de modo impressionante para o contra-ataque. O exercício de autoridade realizado pelo Sevilla permitiu-lhe emendar uma ocasião depois da outra, com Banega e Vitolo colossais. O Liverpool então percebeu a própria inexperiência, destroçado pelas prodigiosas combinações da equipe andaluza. Resultado de uma delas, Coke bateu com a alma para fazer o segundo. Um chute tremendo, que entrou no gol de Mignolet enquanto milhares de vozes, em minoria, retumbavam. O segundo foi seguido pelo terceiro. Novamente Coke, agora com suspense, com um gol anulado pelo bandeirinha, mas que foi validado por Eriksson, depois que o capitão recebeu a bola de um adversário. Começou a chover em Basel, outro nome para a história de uma equipe que está se tornando mítica. Chovia satisfação nos rostos dos jogadores do Sevilla, enquanto Klopp, exaltado, jogava a toalha. Vieram os olés, os dribles de Vitolo e o êxtase. O Sevilla levou a quinta e jogará a Liga dos Campeões. Falta a final da Copa do Rei. Não se pode ser mais feliz do que um sevillista, que vive momentos únicos. O espírito de Puerta continua alimentando mitos para seus registros. Agora é a vez de Coke, um cara legal de Vallecas.

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