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Ao menos 10 menores e 13 estrangeiros entre os mortos no atentando em Nice; um brasileiro está ferido

Outras 50 crianças estão hospitalizados

Uma mulher leva flores e um bicho de pelúcia ao local da matança de Nice, nesta sexta-feira.Foto: atlas | Vídeo: PASCAL ROSSIGNOL (REUTERS) / ATLAS
D. V.

Algumas das 84 vítimas mortais confirmadas no atentado em Nice desta quinta-feira já têm nome e sobrenome. Como Sean Copeland, de 51 anos, e seu filho Brodie, de 11, cidadãos norte-americanos que perderam a vida no ataque, segundo confirmou o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Ambos estavam de férias junto com o resto da família na França, depois de passarem pela Espanha. O menino jogava beisebol num time do Texas, o Hill Country Baseball, que publicou uma mensagem de pesar na rede social Facebook. Além disso, a embaixada da França ano Brasil informou que há um brasileiro ferido. O nome dele não foi revelado, nem o seu estado de saúde, informa a Agência Brasil.

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O presidente da França, François Hollande, informou em Nice, onde visitou o Hospital Pasteur, que há 52 feridos que “se debatem entre a vida e a morte” em diferentes hospitais. O Ministério Público francês confirmou que pelo menos 10 menores morreram no ataque desta quinta-feira. "Duas crianças perderam a vida enquanto eram submetidas a cirurgias pediátricas. Outras lutam pela vida", disse um porta-voz dos serviços de saúde, acrescentando que há mais de 50 menores ainda hospitalizados.

Às portas do Hospital Pasteur, por volta de 16h (11h em Brasília), dezenas de famílias aguardavam notícias. Foi para cá que foi trazida a maioria dos feridos adultos. Muitos dos que aguardam já sabem que perderam pessoas próximas. Outros esperam há horas por alguma novidade, boa ou ruim. Santi, por exemplo, foi ver os fogos de artifício na noite de quinta-feira com sua mulher, como faziam todo 14 de julho. O caminhão a arrastou pela Promenade des Anglais, e ela morreu no hospital, onde o homem agora aguarda a liberação do corpo com sua filha, Natasha. Está em estado de choque e mal consegue falar. Só assente ao que sua filha vai dizendo. “Isto é uma brincadeira para eles. Fazem isso em nome de Deus… ou em nome da política. Tanto faz, é uma questão de respeito. Por que conosco? Não temos nada que a com tudo isto”, lamenta-se a menina.

Antoine (que não quer dar seu nome verdadeiro) espera há 13 horas. Tem vários familiares dentro do Pasteur. Uma irmã que foi ver os fogos com suas duas netas, sua filha e seu genro. “Não sabemos se estão vivos ou não. E isso é o mais duro. As equipes de investigação estão falhando. Não tem sentido que estejamos há tanto tempo aqui e ainda não saibamos de nada. Talvez em dois dias já saibamos, mas me parece muito”, protesta.

Na mesma situação se encontra Siham, cuja prima desapareceu e ninguém sabe dizer se está viva ou morta. “Há pessoas inidentificáveis no momento. Sabemos que ela estava lá, nada mais”, diz, na porta do hospital, onde já está há mais de sete horas à espera de notícias junto com uma amiga. Outros, como Brigitte Silletta, tiveram mais sorte. Seu irmão foi atingido pelo caminhão, que lhe esmagou os pés. Mas sobreviverá. “Para nós são boas notícias, claro. Mas tem gente aqui que está passando um momento terrível”, lamenta-se.

Outra das vítimas mortais é Fatima Charrihi, uma francesa de origem muçulmana, mãe de sete crianças, informou a revista francesa L’Express. "Vestia véu e seguia um islã moderado. O verdadeiro islã, não o dos terroristas", disse seu filho Hamza no Centro Universitário Mediterrâneo, que foi preparado para acolher os familiares das vítimas.

Entre os mortos há ainda um russo, dois armênios e um ucraniano, segundo o Le Monde e a BBC, que citam comunicados dos ministérios de Relações Exteriores desses três países. A Reuters informa, com base em informações da Academia de Finanças de Moscou, que uma aluna russa dessa instituição, Viktoria Savchenko, morreu no ataque, mas não está claro se essa é a mesma vítima fatal citada pela chancelaria russa.

Dois alunos e uma professora de um colégio de Berlim são as três vítimas alemãs anunciadas pelo prefeito do distrito de Charlottenburg-Wilmersdorf, uma parte da capital alemã onde fica essa escola. Eles estavam em Nice numa viagem de fim de curso. Também foram identificados entre os mortos três marroquinos, entre eles um menino de 13 anos, informou uma fonte consular desse país em Nice à agência MAP.

Fontes oficiais suíças também confirmaram a morte de uma mulher dessa nacionalidade que, segundo a BBC, tinha 54 anos e estava de férias com seu marido, que sobreviveu. Trata-se de Linda Casanova, informa o jornal britânico The Guardian, que cita o irmão da vítima. Entre os desaparecidos há três alemães, relata a BBC, com base em fontes germânicas.

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