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S&P rebaixa em um degrau a classificação da dívida do Reino Unido por ‘Brexit’

Agência considera muito provável que seja realizado outro referendo de autodeterminação da Escócia

A bolsa de Nova York, nesta segunda.
A bolsa de Nova York, nesta segunda.SPENCER PLATT (AFP)

A Standard & Poor's (S&P) rebaixou o rating da dívida a longo prazo do Reino Unido de AAA para AA devido à vitória do Brexit no referendo da semana passada e aos riscos que o país enfrenta. A agência de classificação mantém a perspectiva negativa e rebaixa a previsão de crescimento do PIB britânico de 2,1% para 1,1% para os três próximos anos. Além disso, estima que a saída da UE eleva ainda mais os "desafios" fiscais que o Estado britânico deverá enfrentar no futuro próximo.

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O Reino Unido contava até o momento com una nota AAA, a classificação máxima da Standard and Poor's, em "qualidade superior" do "grau de investimento". Após o rebaixamento, só restam 12 países no mundo com a classificação triplo A (Austrália, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Hong Kong, Liechtenstein, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Cingapura, Suécia e Suíça).

A S&P era a única das três grandes classificadoras que mantinha a nota máxima de crédito para o Reino Unido (Fitch e Moody's já tinham rebaixado o país), e o Governo de David Cameron havia buscado manter a nota mais alta na agência.

A agência S&P afirma em um comunicado que o rebaixamento se deve também à deterioração das condições externas de financiamento, "dadas as altas necessidades financeiras externas" do país.

"Em nossa opinião, este resultado [do Brexit] é um acontecimento fundamental, e dará lugar a um marco de política menos previsível, estável e eficaz no Reino Unido", acrescenta a agência em um comunicado. Também acredita que influenciam bastante as dificuldades que agora o país vai enfrentar na hora de negociar um acordo comercial com a União, destino final de 44% das exportações britânicas, já que a UE "poderia impor tarifas sobre produtos" com origem no Reino Unido.

Em seu relatório, a S&P fala claramente da possibilidade de que se realize um segundo referendo de autodeterminação na Escócia. "O alto percentual de votos pela permanência na Irlanda do Norte e Escócia cria profundos problemas constitucionais no país", acrescenta a S&P.

Também foram rebaixadas as perspectivas a médio prazo tanto dos lucros empresariais como do emprego no setor de serviços.

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