Para proteger mulheres, celulares na Índia terão ‘botão de pânico’
Medida busca reduzir incidência de crimes por motivo de gênero
Todos os celulares vendidos na Índia a partir de 2017 precisarão ter um botão que, quando pressionado, alerte a polícia e familiares que uma mulher está em perigo, informou a ministra de Desenvolvimento da Mulher e da Infância, Maneka Gandhi. Os celulares de modelos anteriores serão adaptados, e a partir de 2018 será obrigatório também que todos os aparelhos tenham GPS. O novo botão avisará, além da polícia, os parentes e amigos que a usuária escolher.
Nos últimos anos, depois que o estupro coletivo de uma estudante abalou a sociedade, motivando manifestações e mudanças legais e comportamentais, foram criados vários aplicativos de celular específicos para esse fim. Serviços de transporte como Uber e Ola, seu concorrente local, o incorporaram. Paralelamente ao botão de pânico, a Aliança para as Normas dos Celulares lançou o aplicativo I Feel Safe (“sinto-me segura”), que ativa um alarme quando o botão de ligar é apertado cinco vezes seguidas, em qualquer celular, mesmo com o acesso bloqueado.
O Governo da Índia considera que um botão físico é melhor que um aplicativo, porque “uma mulher em perigo tem apenas um ou dois segundos para enviar uma mensagem antes que o criminoso intercepte seu telefone”
Entretanto, o Governo indiano considera que um botão físico é melhor que um aplicativo, porque “uma mulher em perigo tem apenas um ou dois segundos para enviar uma mensagem de alerta, já que nessas situações os criminosos frequentemente interceptam os telefones”, diz nota do Departamento de Informação à Imprensa.
A criação do botão de pânico foi em geral bem recebida na Índia, mas há dúvidas quanto ao impacto que isso realmente terá na redução da violência de gênero. Os céticos argumentam que na maioria dos casos o estuprador é um conhecido ou parente, que nunca é denunciado. Do ponto de vista técnico, o especialista em start-ups tecnológicas Ashwin Shankar afirma que colocar um botão em cada aparelho não representa nenhum problema: o desafio está em como ele é usado e como os pedidos de socorro são respondidos. “É uma boa ideia, mas não se sabe como vai funcionar. Por um lado, como saber se é um perigo real. Por outro, que encaminhamento a polícia dará aos alertas, e se realmente os criminosos serão castigados. Como em muitos casos, acredita-se que a tecnologia pode mudar as coisas por si só. Mas uma máquina não vai acabar com os estupros, precisa haver também um acompanhamento do alerta e, sobretudo, uma mudança de mentalidade”, afirma o especialista.
Céticos argumentam que na maioria dos casos o estuprador é um conhecido ou parente, que nunca é denunciado
Outras medidas que pretendem aumentar a segurança das mulheres e melhorar a resposta aos crimes, anunciadas recentemente neste país, são a inclusão de 33% de mulheres no total do efetivo policial e a abertura de 130 centros para atender às vítimas da violência. Além disso, os telefones da polícia, ambulância e bombeiros serão unificados.
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