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Jornal ‘The Independent’ deixará de ser publicado em papel

A partir de março o diário britânico não será mais impresso, mas edição digital continuará

Várias portadas do jornal The IndependentFoto: reuters_live
Pablo Guimón
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O diário britânico The Independent encerrará em março sua edição em papel. Foi o que confirmou nesta sexta-feira seu proprietário, Evgeny Lebedev. A última edição do jornal, o mais jovem dos principais diários britânicos, fundado em 1986, será publicada previsivelmente em 26 de março. No dia 20 do mesmo mês chegará às bancas a última tiragem do Independent on Sunday, a edição dominical. A empresa não esclareceu quantos dos 150 funcionários perderão o emprego, mas reconheceu que “haverá demissões”.

O Independent será o primeiro jornal britânico a ser publicado somente online. “A indústria editorial está mudando, e são os leitores que protagonizam essa mudança”, disse Lebedev. “Eles nos mostram que o futuro é digital. A decisão preserva a marca Independent e nos permite continuar investindo em conteúdo editorial de alta qualidade que atrai mais e mais leitores para nossas plataformas digitais”.

Em seu pico de audiência, em meados dos noventa, o Indie, como é popularmente conhecido, vendia mais de 400.000 exemplares por dia. Em meados da década seguinte a circulação havia caído pela metade. Segundo os editores, o site do jornal já tem mais de 58 milhões de leitores por mês e dá lucro. A previsão é que a receita da edição online cresça 50% este ano.

A empresa também anunciou a venda do  diário i para a Johnston Press por 24 milhões de libras (138 milhões de reais). Trata-se de um jornal lançado em 2010 pelo mesmo proprietário e que busca oferecer uma leitura mais rápida das notícias do dia, vendido por um preço menor e com uma circulação maior que a do Independent. A operação não terá efeitos no diário gratuito The Evening Standard –também propriedade da família Levedev–, que é rentável.

O ano 2015 foi devastador para a indústria britânica dos meios de comunicação. As receitas com publicidade em papel caíram 112 milhões de libras (648 milhões de reais). A quantidade é equivalente aos custos salariais do Times, Sunday Times e Daily Telegraph somados. O gasto em publicidade em jornais nacionais caiu um terço desde 2010, até 880 milhões de libras (5,1 bilhões de reais). E a rapidez das mudanças na indústria da mídia digital faz com que as receitas com publicidade nesse setor não acabem se consolidando.

Os lucros dos jornais líderes de mercado, The Daily Telegraph, The Sun e The Daily Mail, caíram 40% na última década. E dois dos principais jornais nacionais, o próprio Independent e The Guardian, continuam com perdas. Este último anunciou que terá de cortar 50 milhões de libras (290 milhões de reais) nos próximos três anos e há o temor de que os ajustes incluam demissões. Já o Financial Times foi vendido no final do ano passado ao grupo japonês Nikkei.

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