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Três cenários para a crise política que Alexis Tsipras enfrenta

Primeiro-ministro grego deverá decidir como superar a rebelião nas fileiras de seu partido

María A. Sánchez-Vallejo
Jovens protestam contra a austeridade em Atenas.
Jovens protestam contra a austeridade em Atenas. LOUISA GOULIAMAKI (AFP)

Depois de ganhar, graças ao apoio de uma parte da oposição, uma votação crítica no Parlamento grego –imposta pelos parceiros da União Europeia para começar a negociar um novo resgate—, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, se prepara para reformar seu Governo, segundo alguns meios de comunicação locais. O voto contra de uma facção do Syriza —32 deputados rejeitaram o acordo, 6 se abstiveram e 1 não assistiu à votação— tira de seu grupo parlamentar (formado pelas 149 cadeiras do Syriza e as 13 do ANEL, seu parceiro de coalizão) a maioria absoluta na Câmara, o que complicará a tramitação das leis que se originem do terceiro resgate.

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“O resultado da votação mostra um grave racha na unidade do grupo parlamentar do Syriza”, admitiu nesta madrugada o porta-voz do Executivo, Gavriil Sakelaridis.

Sendo assim, os cenários possíveis que se abrem na Grécia são os seguintes:

1. Reforma do Governo

Substituição dos ministros rebeldes, que votaram contra o acordo, alguns dos quais, além disso, manifestaram que não têm intenção de se demitir. Além da renúncia dos número 2 das Finanças, Nadia Valavani, e do Exterior, Nikos Juntís, nos últimos dias, Tsipras poderá substituir Panayotis Lafazanis, ministro da Reconstrução Produtiva e da Energia e líder da influente Plataforma de Esquerda –a ala radical do partido, contrária ao acordo—, o número dois da Defesa, Kostas Ysichos, e o vice-ministro da Segurança Social, Dimitris Stratoulis. Os três votaram na madrugada desta quinta-feira contra o acordo com os parceiros da União Europeia.

2. Possível Governo de unidade nacional

Alexis Tsipras, durante a votação no Parlamento na quarta-feira.
Alexis Tsipras, durante a votação no Parlamento na quarta-feira.ARIS MESSINIS (AFP)

É uma hipótese que tem sido muito considerada nos últimos dias, mas o apoio unânime e sem rachaduras a Tsipras do parceiro de coalizão, Gregos Independentes (ANEL na sigla em grega), cujos 13 deputados votaram a favor do Governo e cujo líder, Panos Kamenos, reiterou na quarta-feira seu apoio incondicional ao primeiro-ministro, parece afastar essa eventualidade. Além disso, o principal partido da oposição pró-europeia, o liberal To Potami (17 cadeiras), exclui a possibilidade de participar de uma coalizão de governo.

3. Convocação de eleições antecipadas

Embora o próprio Tsipras tenha descartado uma antecipação eleitoral, pelo menos até que se encerre o acordo para o terceiro resgate –no mínimo dentro de um mês—, muitos em Atenas acreditam que haverá eleições no outono (primavera no hemisfério sul), uma oportunidade para o primeiro-ministro concorrer nas urnas com a lista partidária expurgadas dos membros mais radicais do Syriza. Segundo as últimas pesquisas, realizadas já com o corralito (a retenção de depósitos bancários) em vigência, o Syriza lidera todas as intenções de voto, com porcentagens similares às que obteve nas eleições de janeiro.

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