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Holanda alerta sobre risco de anticancerígeno

A substância adriamicina, que seria cancerígena, é usada no tratamento de tumores de mama e de pulmão

Isabel Ferrer

O Conselho de Saúde da Holanda, um órgão de pesquisa independente que assessora o Governo e o Parlamento do país, recomendou que o Ministério de Assuntos Sociais e de Emprego inclua a substância adriamicina (comercializada com o nome de Doxorubicin ou Rubex) na lista de produtos considerados cancerígenos. Segundo os especialistas, a fabricação, manipulação e limpeza posterior dos resquícios do medicamento e material empregado para manipulá-lo — por profissionais qualificados — “aumentam o risco de desenvolver câncer”.

O mais perigoso é a manipulação em hospitais e a fabricação

Embora os membros do Conselho de Saúde não falem em porcentagens “por falta ainda de dados relativos a experimentos com animais e ensaios clínicos com humanos”, recomendam acrescentar a adriamicina à denominada Categoria 1B. Essa classificação foi estabelecida pela Comissão de Saúde da União Europeia para incluir as “substâncias capazes de produzir câncer”. Na Categoria 1A são incluídos outros compostos “reconhecidos como cancerígenos para as pessoas”.

“Embora os estudos epidemiológicos efetuados até a data não sejam conclusivos, de fato dispomos de testes suficientes em animais a respeito da adriamicina como substância cancerígena”, destacam os especialistas do órgão holandês. Em outro trecho do relatório que foi enviado ao Governo, explicam que a exposição da equipe médica pode ocorrer por contato (através da pele), ingestão ou inalação. “Os lugares prováveis são durante sua manipulação em farmácias, hospitais, ou laboratórios de pesquisa”.

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A adriamicina faz parte do tratamento de quimioterapia intravenosa destinada a inibir o crescimento e disseminação das células cancerígenas no organismo. Está catalogada como um antitumoral antibiótico e, entre outras aplicações, é utilizada no combate ao câncer de mama, ovário, útero, bexiga, tireoide, estômago, fígado, pulmão, pâncreas, próstata, doença de Hodgkin e alguns tipos de leucemia. Sabe-se que seu uso pode afetar o coração, danificar os tecidos caso escape da veia, e aumentar a possibilidade desenvolver diferentes tipos de câncer do tratado originalmente. Esse último caso pode ocorrer, às vezes, com outros tipos de tratamento.

A análise foi realizada nas instalações do próprio Ministério de Assuntos Sociais, que desejava pesquisar o risco resultante da exposição à substância no ambiente de trabalho, e as concentrações consideradas perigosas. Devido à falta de testes de laboratório, o Conselho de Saúde não pôde calcular o número de casos de câncer por ano que poderiam resultar do contato com a adriamicina. O Ministério de Assuntos Sociais irá agora notificar os diversos institutos médicos holandeses.

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