Um dos chefes da espionagem chinesa é investigado por corrupção
Ma Jian é o mais graduado funcionário público a ser posto sob suspeita desde a queda em desgraça de Zhou Yongkang, ex-chefe do serviço secreto da China
Um dos chefes dos serviços de espionagem da China, Ma Jian, está sendo investigado como parte de uma campanha contra a corrupção, conforme comunicado de apenas uma linha divulgado nesta sexta-feira pela Comissão Central para a Supervisão da Disciplina, o braço contra a corrupção do Partido Comunista. O texto diz que Ma é suspeito de “violações graves da disciplina”, um eufemismo normalmente empregado em alusão a casos de corrupção.
Ma Jian é vice-ministro de Segurança do Estado, um dos departamentos – junto com o Ministério de Segurança Pública – encarregados da espionagem dentro e fora das fronteiras chinesas. Segundo a agência Reuters, o funcionário chefiava o Departamento Número 8 do Ministério, responsável pela espionagem contra estrangeiros residentes na China, principalmente jornalistas, diplomatas e empresários.
É o funcionário mais graduado a ser investigado desde a prisão de Zhou Yongkang, o principal responsável pela segurança interna na China, que aguarda julgamento como protagonista de um enorme caso de corrupção.
A investigação contra Zhou, que foi até novembro de 2012 um dos nove membros do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista, principal órgão de poder no país, precipitou uma série de detenções de altos funcionários dos serviços secretos chineses, entre eles o ex-vice-ministro de Segurança Pública Li Dongcheng e o chefe dos serviços de espionagem em Pequim, Liang Ke.
Do mesmo modo, a queda de Ma, que ocupou diversos cargos no Ministério ao longo de trinta anos, poderia arrastar outros membros do serviço secreto chinês. Segundo o jornal South a China Morning Post, de Hong Kong, Ma é vinculado a Ling Hua, que era o homem de confiança do presidente Hu Jintao, e contra quem também foi anunciada uma investigação no mês passado. O mesmo jornal informa que as suspeitas contra Ma envolvem um caso de corrupção em um conglomerado tecnológico.
Uma vez aberta uma investigação, a Comissão Central para a Supervisão da Disciplina pode demorar meses até concluí-la. Durante esse período, o suspeito permanece em paradeiro desconhecido e isolado de familiares e amigos, num procedimento conhecido em mandarim como shuanggui. Se os funcionários da Comissão decidirem que há indícios de culpa – algo que claramente ocorrerá neste caso –, o investigado ficará detido formalmente e passará às mãos dos promotores. Se estes também encontrarem indícios de delito, ele é submetido a julgamento.
Desde sua chegada ao poder, em novembro de 2012, o presidente Xi Jinping lançou uma ampla campanha contra a corrupção, prometendo investigar tanto as “moscas”, ou seja, funcionários de baixo escalão, quanto os “tigres”, representantes das mais altas instâncias do poder.
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