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Hollande: “Os muçulmanos são as primeiras vítimas do fanatismo”

O presidente francês diz que a França protegerá todas as religiões

Carlos Yárnoz
O presidente Hollande, no Instituto do Mundo Árabe.
O presidente Hollande, no Instituto do Mundo Árabe.IAN LANGSDON (AFP)

O presidente da França, François Hollande, destacou nesta quinta-feira que a população muçulmana é a primeira vítima do fanatismo e do fundamentalismo e pediu que seja combatido com firmeza qualquer ato que ataque essa religião ou as outras.

“O islamismo radical se alimenta de todas as contradições, de todas as influências, misérias, desigualdades, de todos os conflitos não resolvidos há tempo demais, e os muçulmanos são as primeiras vítimas do fanatismo, do fundamentalismo e da intolerância”, disse o chefe de Estado.

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Seu discurso inaugurou o primeiro fórum internacional Reinvenções do Mundo Árabe, em Paris, onde foi destacada a importância de não colocar no mesmo saco os muçulmanos e os autores dos ataques da semana passada na França, que fizeram 17 vítimas --sendo 12 no jornal Charlie Hebdo, quatro em um mercado judaico e uma policial. O presidente francês recordou a foto feita por uma jornalista síria, Zaila Erhaim, muito compartilhada nas redes sociais, e que mostra no meio das ruínas da cidade de Aleppo um cartaz com o slogan “Je suis Charlie”. Hollande enxergou na imagem um “símbolo de solidariedade” entre franceses e muçulmanos “contra o terror”.

“Precisamos recordar que o islamismo é compatível com a democracia, que precisamos rejeitar as equiparações falsas e as confusões. Os franceses de confissão muçulmana têm os mesmos direitos e deveres que todos os cidadãos. Devem ser protegidos”, acrescentou Hollande.

Ele destacou que “a ordem republicana deve ser exercida com firmeza frente àqueles que se posicionam contra todos os locais de culto, como sinagogas, mesquitas e igrejas”, e insistiu que atos antissemitas e antimuçulmanos “devem ser não apenas denunciados, mas castigados severamente”.

A França, segundo seu presidente, é “um país amigo, mas um país com regras, princípios e valores”, entre os quais figura um que ele qualificou como inegociável, tanto agora como no futuro: “A liberdade, a democracia”.

Hollande reiterou seu desejo de que o que aconteceu não dificulte o desenvolvimento dos intercâmbios econômicos, culturais e universitários com o mundo árabe e adiantou que vai propor a seus sócios europeus “novas orientações” para melhorar a cooperação entre os dois lados.

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