Polícia francesa procura possíveis cúmplices dos terroristas
O Governo disponibiliza 15.000 agentes e soldados para proteger os "pontos sensíveis"
A França manterá o plano antiterrorista Vigipirate para encontrar possíveis cúmplices relacionados ao ataque contra o jornal satírico Charlie Hebdo e o posterior sequestro em um supermercado judaico, que resultaram em 17 mortos no total. Foi o que destacou nesta segunda-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em uma entrevista à rede de rádio francesa RMC e à televisão BFM, na qual também anunciou que as medidas de segurança em sinagogas, escolas judaicas e mesquitas serão reforçadas com o deslocamento de cerca de 5.000 policiais. O Governo decidiu também mobilizar 10.000 militares para reforçar “os pontos sensíveis”.
“Consideramos que há possíveis cúmplices”, afirmou Valls, apesar de evitar dar mais detalhes sobre a operação. “O rastreamento continua”, disse. Perguntado por Hayat Boymedienne, a esposa do terrorista Amedy Coulibaly, responsável pela captura dos reféns em um supermercado judaico, afirmou que está “provavelmente na Turquia ou na Síria”, como confirmou a polícia. De concreto, sabe-se que a mulher tomou um voo de Madri a Istambul em 2 de janeiro passado. “Há imagens das câmeras de segurança”, explicou uma fonte policial a Le Figaro. Permaneceu na Turquia até 8 de janeiro, quando continuou sua viagem para a Síria, segundo destacou o ministro turco das Relações Exteriores, Mehmet Çavusoglu, à imprensa turca.
“A esposa de Coulibaly veio à Turquia saindo de Madri; temos imagens do aeroporto. Depois ficou, com outra pessoa, em um hotel de Kadiköy (Istambul) e em 8 de janeiro viajou para a Síria. Isso fica claro nos registros telefônicos”, disse o ministro. Segundo o jornal turco Hürriyet, Boumedienne se hospedou dois dias no hotel Bade de Kadiköy, no lado asiático de Istambul, e então se deslocou a Akçakale, localidade fronteiriça no sudeste do país, de onde passou para a Síria. A suposta jihadista viajou em companhia de um homem chamado Mehdi Sabri Belhoucine, e ambos saíram do hotel apenas duas vezes durante sua estadia em Istambul, afirma o diário Habertürk. O jornal Hürriyet destaca que os serviços secretos turcos têm provas de que Boumedienne se encontra agora na Síria, país no qual entrou ilegalmente.
O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, garantiu aos pais de alunos de uma escola judaica em Montrouge, bairro ao sul de Paris onde foi assassinada uma agente policial em 8 de janeiro, que “serão protegidas as 717 escolas e locais de culto judaicos com 4.700 policiais”.
O destacamento militar, por sua vez, ocorrerá entre segunda e quarta-feira e deve mobilizar 10.000 agentes, o mesmo número de soldados que o país tem no exterior. A decisão foi tomada no gabinete de crise realizado nesta segunda-feira pela manhã no Eliseu, sob a direção do presidente francês, François Hollande.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.