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Israel intercepta um drone do Hamas

O avião não tripulado foi abatido sobre Ashdod pelo sistema antimísseis Patriot

Soldados israelenses sobre um tanque na fronteira com Gaza.
Soldados israelenses sobre um tanque na fronteira com Gaza.NIR ELIAS (REUTERS)

O Exército israelense abateu nesta segunda-feira um drone enviado ao sul de Israel por milicianos palestinos da Faixa de Gaza. O avião não tripulado foi detectado por um radar e interceptado por uma bateria do sistema antimísseis Patriot, informou um porta-voz das Forças Armadas. O Hamas anunciou ter enviado vários drones em “missão especial” sobre Israel, concretamente na costa sul e central, mas esta é a primeira ocasião em que Israel confirma que os milicianos usaram um aparelho desse tipo. As Brigadas Al Qassam, braço armado do movimento islâmico, dizem possuir três tipos de aeronaves teleguiadas; também asseguraram ter sobrevoado Kirya, o quartel-general do Ministério da Defesa em Tel Aviv, a 60 quilômetros de Gaza.

Israel só confirmou a existência de um desses aviões, interceptado nos céus de Ashdod. Uma bateria Patriot conseguiu abatê-lo, no primeiro disparo desse sistema de mísseis terra-ar no país desde a primeira Guerra do Golfo, em 1991. Forças navais israelenses procuram os restos do aparelho para analisá-los a 30 quilômetros da Gaza, no lugar onde foi interceptado o drone. A hipótese inicial é de que estava armado, segundo fontes militares.

O comunicado das Brigadas Al Qassam diz que seus engenheiros desenvolveram aviões sem piloto capazes de espionar, bombardear pontos concretos e fazer “missões suicidas”. A base em que teriam se inspirado, acrescenta, são os drones iranianos Ababil. Os palestinos asseguram que, além do aparelho interceptado, tentaram operar outras duas aeronaves, mas perderam sua pista. O Hamas diz que esta não foi a primeira vez que os drones foram usados, e que eles já teriam sobrevoado o Ministério de Defesa no passado, obtendo informações. Independentemente do número de aviões realmente disponíveis, sua mera posse revela uma crescente diversificação e sofisticação do arsenal islâmico. O Hamas prometeu outra onda de drones.

A incógnita sobre o risco acarretado pelo aparelho localizado em Ashdod levou ao acionamento máximo das sirenes antiaéreas, o que, junto com os alarmes quase rotineiros por causa de foguetes nos últimos dias, causou uma alerta de duas horas seguidas na cidade, de 211.000 habitantes.

O ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, denunciou que o Hamas “está tentando fazer todo o possível por conseguir um êxito”, por isso o Exército deve “manter seu grau de preparação” perante qualquer ameaça. O ministro também prometeu uma resposta direta depois de um ataque que ele descreveu como “deliberado” nesta segunda-feira, quando ao menos três projéteis disparados do Líbano e da Síria caíram em solo israelense, sem causar danos.

Dos 980 foguetes lançados pelas forças de Gaza nos últimos sete dias, 200 foram interceptados pelo sistema Cúpula de Ferro. Na segunda-feira foram disparados mais 30, sendo que seis deles foram interceptados sobre Tel Aviv. O alcance se reduziu a 45 quilômetros, contra os mais de 100 de dias atrás.

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