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Nova falha de provedor na nuvem gera pane em sites em vários países

Serviços como Airbnb e Playstation Network, além de jornais como o EL PAÍS, sofreram interrupções na tarde desta quinta-feira após um problema na rede de distribuição de conteúdo Akamai

Usuário constata em seu computador a queda do servidor do EL PAÍS. Nesta tarde houve pane em vários sites.
Usuário constata em seu computador a queda do servidor do EL PAÍS. Nesta tarde houve pane em vários sites.Carlos Rosillo
Guillermo Vega
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PARIS, FRANCE - DECEMBER 14: In this photo illustration, the logos of the applications, Street View, Google Earth, Google Maps, Gmail, YouTube, Hangouts, Google, Gmail, Chrome, Google News, Drive, Google Earth, and Chrome are displayed on the screen of an iPhone on December 14, 2020 in Paris, France. A global bug has affected Google services since midday. An unprecedented incident: most Google services, including YouTube and Gmail messaging, experienced a major global outage on Monday, December 14 at midday. Google indicated on its dashboard accessible online that all its services were affected, and this for "the majority of users". (Photo illustration by Chesnot/Getty Images)
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Uma falha nos sistemas da empresa norte-americana de serviços em nuvem Akamai gerou interrupções no serviço de companhias como Airbnb, plataformas de games como Playstation Network e Steam, linhas aéreas como Delta Air Lines, serviços financeiros como American Express, diversos bancos como BBVA e meios de comunicação como o EL PAÍS, entre outros. A falha impediu o acesso à internet ou a visualização de imagens dentro das notícias. No Brasil, panes foram relatadas em sites como Caixa Econômica Federal, XP Investimentos e Mercado Livre, de acordo com o site Downdetector, mas não se sabe se foram causadas pelo mesmo problema. Pouco antes das 14h (horário de Brasília) de terça-feira, a Akamai afirmou ter “implementado uma solução para esse problema e, segundo as observações atuais, o serviço está voltando a funcionar com normalidade”. “Continuaremos atentos para garantir que o impacto tenha sido completamente mitigado”, prosseguiu a empresa em nota publicada em sua conta do Twitter. No início de julho, uma falha similar na firma rival Fastly atingiu The New York Times, EL PAÍS, Amazon, Twitch, Paypal e Reddit.

A Akamai explicou que a pane se deveu a uma falha nos serviços de DNS. Cada site conta com um endereço de IP (protocolo de internet, em inglês), equivalente ao número de telefone. É uma sequência de quatro a seis números separados por pontos, como 192.158.1.38. Os endereços de IP devem ser traduzidos a nomes de páginas que possamos lembrar, como elpais.com. Isto é feito pelo sistema Domain Name System (sistema de nomes de domínio), conhecido pela sigla DNS. A companhia prometeu investigar o problema “de forma ativa” e incentivou os clientes a entrar em contato com o suporte técnico caso sofram algum impacto no serviço.

A chamada nuvem é formada por muitos computadores conectados on-line, que hospedam boa parte dos serviços que acessamos sem que estejam em nosso dispositivo. Exemplos disso são os e-mails, armazenagens como Dropbox e dispositivos domésticos como Alexa. Esse mercado é dominado pela Amazon, com sua filial Amazon Web Services (AWS), seguida por Microsoft e Google.

Mensaje de incidente publicado por Akamai

Esses computadores podem estar localizados do outro lado do planeta, razão das possíveis demoras na entrega de conteúdo on-line. Por isso, existe um segundo nível formado por outras firmas, denominado rede de distribuição de conteúdo (CDN). Basicamente, uma CDN é uma rede de servidores, em diferentes centros de dados do mundo inteiro, que armazenam cópias temporárias das páginas de seus clientes. A ideia é evitar que a distância geográfica de um serviço ou de servidores centrais, ou mesmo uma grande demanda dos usuários, possam fazer com que uma página demore a carregar —ou inclusive provocar o colapso do sistema. Uma delas, a Fastly, ganhou fama com uma pane no início de junho após sofrer um problema similar. As outras duas mais conhecidas são a Cloudflare e a própria Akamai.

Panes como a desta quinta costumam ser relativamente breves. As três grandes falhas similares de serviços na nuvem nos últimos anos foram as da

Cloudflare em 2019 e 2020 e da Amazon Web Services (AWS) em 2017, além do problema da Fastly no início de junho.

A Akamai foi fundada em 1998 por Daniel Lewin, um ex-aluno do MIT que morreu três anos depois, com apenas 31 anos, num dos aviões dos atentados do 11 de Setembro, após ser apunhalado por um dos sequestradores das aeronaves. A empresa registrou um lucro líquido de 155,7 milhões de dólares (cerca de 805 milhões de reais) em seu primeiro trimestre fiscal, finalizado em 31 de março, o que significou um aumento interanual de 25,8%. Sua rede de servidores, segundo explica o regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, abrange mais de 325.000 aparelhos em 130 países.

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