Fogo no mar: Pemex registra vazamento de gás em duto submarino no Golfo do México
Petrolífera estatal mexicana informou que o acidente já foi controlado e não deixou feridos
O fogo invadiu durante horas as águas marítimas do Estado mexicano de Campeche, no Golfo do México. Um incêndio começou na madrugada de sexta-feira devido a um vazamento de gás em um duto da Petróleos Mexicanos (Pemex), a 150 metros da plataforma-satélite KU-C do complexo petrolífero Ku-Maloob-Zaap (KMZ) da empresa. Na tarde de sexta, a estatal informou que as chamas haviam sido controladas, assinalando que não foram registrados feridos e que a extração de petróleo não foi prejudicada.
O incêndio foi relatado às 05h15 (7h15 de Brasília) de sexta-feira em uma tubulação submarina de 12 polegadas, localizada a poucos metros da plataforma KU-C, que se encontra deserta, no Estreito de Campeche. De acordo com a estatal, o fogo foi extinto depois de pouco mais de cinco horas de trabalhos na área, o que permitiu que o funcionamento da plataforma fosse restabelecido. “O incidente foi atendido imediatamente com a ativação de protocolos de segurança e com o acompanhamento de embarcações de combate a incêndio que estavam nas proximidades, como Isla Santa Cruz, Bahía de Campeche e Bourbon Alienor”, informou a Pemex em um comunicado. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que será realizada uma investigação para determinar as causas do incidente.
Três navios ajudaram a apagar as chamas, evitando assim qualquer risco direto para a plataforma Ku Sierra. A empresa informou que mergulhadores especializados em controle de acidentes seriam acionados para consertar e fechar válvulas localizadas a 78 metros de profundidade. O complexo Ku-Maloob-Zaap contribui com mais de 40% da produção de 1,68 milhão de barris diários de petróleo da Pemex.
Em abril, a petrolífera também sofreu um incêndio na refinaria de Minatitlán, no Estado de Veracruz, que deixou sete feridos. Os informes sobre o incidente apontaram que o fogo foi provocado por um vazamento em uma bomba de carga. A terceira maior refinaria do México ficou desativada durante várias semanas em consequência do incêndio.
Em meio à disputa de López Obrador com a iniciativa privada e o Poder Judiciário por sua política energética, a Pemex vive um de seus momentos operacionais mais críticos. Contrariando as primeiras estimativas do Governo federal, que situavam a produção de petróleo em 2,4 milhões de barris diários, o presidente López Obrador declarou em março que durante seu mandato haverá uma “produção moderada”, o que significa que não passará de 2 milhões barris diários. Depois da debacle operacional que, no final de 2020, deixou a Pemex com uma produção diária de 1,6 milhão de barris − a menor em 40 anos −, a petrolífera apresentou uma leve melhora no início deste ano, com uma produção de quase 1,7 milhão por dia.
Apoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui
Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.