Estados Unidos em alerta por ameaças de terrorismo doméstico

Os suspeitos seriam extremistas violentos movidos pela ideologia que rejeitam a Administração democrata de Joe Biden

Apoiadores de Trump durante o ataque ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021.Shannon Stapleton (Reuters)

Uma semana depois de Joe Biden assumir o cargo e Washington ter sido uma cidade sitiada pela Guarda Nacional diante de possíveis distúrbios após o ataque ao Congresso por uma turba incitada por Donald Trump, o Departamento de Segurança Interna emitiu nesta quarta-feira um alerta ao público sobre o risco crescente de ataques por parte de “extremistas violentos movidos pela ideologia” e a chegada ao poder do presidente democrata. Para esses indivíduos, o fato de Biden estar na Casa Branca aumentou sua sensação de injustiça alimentada por falsas narrativas.

O Departamento de Segurança Interna (DHS na sigla em inglês) emite esse tipo de aviso por meio de seu sistema de Alerta de Terrorismo Nacional, mas até hoje esses alarmes tinham a ver com a possibilidade e a preocupação de ataques contra os EUA por parte de um país estrangeiro ou de grupos radicais, mas nunca extremistas domésticos. O Governo federal costuma alertar as polícias locais por meio de boletins e avisos sobre as perspectivas de violência relacionadas a uma data ou evento, como o 4 de julho, quando os Estados Unidos comemoram o Dia da Independência.

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Sem mencionar uma ameaça em particular, o Departamento disse que atualmente reina “um ambiente ameaçador acentuado em todos os Estados Unidos”, que acredita que “persistirá” nas próximas semanas. O DHS justifica a decisão de tornar público o aviso depois de ter consultado as forças policiais e as agências de inteligência.

Outra diferença que torna este alerta tão particular é que introduz a Administração Biden na mensagem ao descrever ou caracterizar os atos por motivações político-ideológicas. O alerta de alguma forma equipara a violência com a finalidade de reverter a eleição do democrata Biden a algo semelhante ao terrorismo.

Nem a capital da nação nem o resto do país ainda se recuperou do ataque ao templo da democracia norte-americana que aconteceu em 6 de janeiro, quando uma turba alentada pelo então presidente Donald Trump invadiu o Capitólio de Washington enquanto eram certificados os votos que davam Joe Biden como vencedor das eleições de novembro, algo que o próprio ex-mandatário e o trumpismo se recusavam a aceitar. O que aconteceu naquele trágico dia levou ao segundo impeachment.

O DHS também menciona em seu comunicado distúrbios violentos nos “últimos dias”, em aparente alusão a certos acontecimentos que tiveram lugar em Portland, Oregon, relacionados a grupos anarquistas.

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