Brasil se confirma como ‘fábrica de skatistas’ e Pedro Barros fatura a prata no skate ‘park’ em Tóquio

Catarinense de 26 anos é o terceiro skatista brasileiro a subir ao pódio no Centro de Esportes Urbanos de Ariake, após duas pratas no skate ‘street’

Pedro Barros, 26 anos, conquista a medalha de prata para o Brasil no skate 'park' nos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta quinta-feira.DPA vía Europa Press (Europa Press)
São Paulo -
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Pedro Barros levou o skate brasileiro de volta ao pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta quinta-feira, 5 de agosto. O skatista catarinense conquistou a medalha de prata na modalidade skate park, disputada no Centro de Esportes Urbanos de Ariake, e consolidou o Brasil como uma potência sobre rodinhas. A vitória de Barros ocorre dias após Kelvin Hoefler e Rayssa Leal levarem a prata na modalidade skate street. Esta foi a 16ª medalha do Brasil nesta Olimpíada, mas o país avançou às finais do futebol masculino e em duas modalidades do boxe e, assim, tem mais três medalhas garantidas.

Aos 26 anos, Pedro Barros celebrou a medalha de prata com um discurso de amor e respeito e palavras de motivação às gerações de skatistas que devem surgir a partir do feito histórico dos atletas brasileiros em Tóquio. “A gente vem lutando por isso a vida inteira, sempre rodeado de pessoas maravilhosas que lutaram muito pra fazer minha vida melhor. Essa história do park, nas Olimpíadas, minha história, é só um exemplo para o povo brasileiro, que está na nossa mão. Podemos fazer do nosso país um lugar melhor através do amor e do respeito. A gente pode cair várias vezes no chão, mas a missão é ver um amanhã melhor”, disse em entrevista à SporTV, emocionado.

Os também brasileiros Luiz Francisco (3º no ranking mundial), 20 anos, e Pedro Quintas (10º no ranking mundial da modalidade), 19 anos, terminaram a disputa em quarto e oitavo lugar, respectivamente. O australiano Keegan Palmer terminou em primeiro lugar e garantiu o ouro no skate park, e o norte-americano Cory Juneau completou o pódio com o bronze.

A paixão pelo skate veio ainda na infância. Com apenas três anos e por influência do pai, André, que também é skatista, Pedro Barros começou a fazer suas primeiras manobras. Skate o surf, muito populares em sua Florianópolis (SC) natal, tornaram-se suas grandes paixões.

Pedro Barros disputa a final do skate park. LOIC VENANCE (AFP)

O skatista começou a despontar no cenário mundial com apenas 14 anos, quando ficou em terceiro lugar no X Games de Los Angeles, em 2009. Em 2013, comemorou o tetracampeonato mundial na modalidade bowl e, um ano depois, festejou outro tetra no Red Bull Skate Generation. Desde 2016, quando o skate foi aprovado para integrar as Olimpíadas, ele já acumulou 12 títulos, entre eles o Campeonato Mundial de skate park em Nanjing, na China, em 2018, mesmo ano em que ganhou o prêmio do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) de melhor skatista do ano. Pedro Barros é considerado por muitos o sucessor de Bob Burnquist e Sandro Dias, o Mineirinho, e ocupa o quarto lugar no ranking mundial.

Diferentemente do skate street ―modalidade na qual Rayssa Leal e Kelvin Hoefler também faturaram as medalhas de prata― que conta com elementos de rua como corrimãos e escadas, o park é um espécie de bacia de concreto. A modalidade é um derivado do formato skate radical, movimento que nasceu nos anos sessenta nos Estados Unidos, quando as piscinas das residências tinham bordas arredondas. Nessa modalidade, não há tantas flexões e há mais chances de quedas.

Três atletas brasileiras também representaram o Brasil no skate park feminino na Olimpíada de Tóquio: Dora Varella e Yndiara Asp, que avançaram a final e terminaram na 7ª e 8ª colocação, e Isadora Pacheco, que terminou em 10º e ficou fora da final.

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