Pelé sobre a morte de Maradona: “Um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no céu”

Falecimento do craque argentino gera reações ao redor de todo o planeta

Maradona levanta a taça ao conquistar a Copa do Mundo de 1986 junto com a seleção da ArgentinaCarlo Fumagalli (AP)

A morte nesta quarta-feira do ex-jogador de futebol e astro argentino, Diego Armando Maradona, gerou uma série de repercussões entre esportistas, políticos e celebridades que acompanhavam ou conviveram com o craque e nos times dos quais vestiu a camisa.

Uma grande parte das mensagens de pesar veio de líderes da esquerda latinoamericana, que sempre encontraram um aliado no craque argentino. Maradona tatuou o rosto de Fidel Castro, com quem manteve uma estreita relação pessoal, em sua perna esquerda, A lenda do futebol argentino morreu no mesmo dia que o dirigente cubano, visitou várias vezes a ilha e sempre defendeu suas políticas. Fidel foi um dos amigos políticos mais conhecidos de Maradona, mas não o único, o que se reflete em suas mensagens de condolências.

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Um dos primeiros a lamentar a perda foi o presidente da Argentina, Alberto Fernández. “Você nos levou ao topo do mundo. Você nos fez imensamente felizes. Você foi o maior de todos. Obrigado por ter existido, Diego. Nós vamos sentir sua falta por toda a vida vida”, escreveu em uma rede social.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, por sua vez, o lado político do craque, dizendo que ele tinha “compromisso com a soberania latinoamericana” e que, fora de campo, “foi um grande amigo do Brasil”.

Outro líder de esquerda que lamenta morte de Maradona é o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. Ele se despediu de sua “irmão” também em um tweet. “Uma pessoa que sentiu e lutou pelo humilde, o melhor jogador de futebol do mundo”, publicou. “Diego era um grande defensor do futebol de altitude e amava muito a Bolívia. Grande amigo de causas justas. Não só o futebol mundial chora por ele, também os povos do mundo”, escreveu Morales em uma segunda mensagem. Os dois se encontraram várias vezes e sempre demonstraram admiração mútua.




Pelé, com quem Maradona disputava o posto de melhor jogador de todos os tempos, também fez questão de ressaltar que o ex-jogador era seu amigo ―a despeito da rivalidade entre as torcidas brasileira e argentina― e disse esperar que “um dia, possamos jogar bola juntos no céu”.

Outro depoimento comovente veio do ex-jogador e hoje comentarista esportivo Walter Casagrande Júnior, que chorou na televisão ao falar de Maradona nesta quarta-feira. “Fico chocado pela perda de um grande jogador, de um cara que eu conheci e gostava muito, e de um dependente químico. Eu sofro muito quando morre um dependente químico. Pra mim é muito duro”, disse ele ao Jornal Hoje, da TV Globo. A exemplo de Maradona, Casagrande também foi dependente químico por vários anos.

Os principais times da carreira de Maradona também prestaram suas homenagens nas redes sociais. O perfil oficial da seleção argentina ―pela qual Maradona venceu a Copa do Mundo de 1986 e foi vice em 1990― no Twitter disse que ele será “eterno em cada coração do planeta futebol”.

O Boca Juniors, clube pelo qual foi campeão argentino em 1981, antes de seguir para a Europa, disse que Maradona é “eterno”.

No Barcelona, o craque jogou entre 1982 e 1984, marcando 22 gols em 36 partidas. O time catalão agradeceu o jogador pelo período em que ele vestiu a camisa do clube.

O maior sucesso de Maradona em clubes, no entanto, viria no Napoli, da Itália, pelo qual disputou sete temporadas, conquistou dois campeonatos e uma Copa da UEFA. No Twitter, o clube napolitano escreveu “para sempre”.

Aliás, a devoção dos napolitanos pelo craque é tanta que nesta quarta-feira, após a morte do jogador, o prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, sugeriu trocar o nome do estádio local, o San Paolo, para Diego Armando Maradona. “Vamos chamar o Estádio San Paolo de Diego Armando Maradona!!!”, escreveu em sua conta no Twitter.

Em outro tweet, o prefeito lamentou a morte do eterno camisa dez do clube. “Morreu Diego Armando Maradona, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Diego fez nosso povo sonhar, ele resgatou Nápoles com seu gênio. Em 2017 ele se tornou nosso cidadão honorário. Diego, napolitano e argentino, vocês nos deram alegria e felicidade! Nápoles te ama!”, afirmou o político.

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