_
_
_
_
_

Gigantes tecnológicos crescem em meio ao desmonte econômico dos EUA

Apple, Amazon, Facebook e Google resistem ao desafio da pandemia e apresentam um lucro trimestral conjunto superior a 28 bilhões de dólares

Pablo Guimón
Os logotipos das quatro grandes companhias tecnológicas.
Os logotipos das quatro grandes companhias tecnológicas.LIONEL BONAVENTURE (AFP)
Mai informações
Amazon CEO Jeff Bezos, Facebook CEO Mark Zuckerberg, Google CEO Sundar Pichai and Apple CEO Tim Cook all raise their hands to be sworn in to testify remotely via videoconference during a U.S. House Judiciary Subcommittee on Antitrust, Commercial and Administrative Law hearing on "Online Platforms and Market Power" in this screengrab made from video as the committee meets on Capitol Hill, in Washington, U.S., July 29, 2020.  U.S. House Judiciary Committee via REUTERS
Congresso dos EUA examina as tecnológicas: “Não devemos nos curvar aos imperadores digitais”
Un hombre camina junto a tienda que echa el cierre en Winnetka (Illinois).
Queda histórica dos PIBs de EUA e Alemanha prenunciam tamanho do tombo da economia brasileira

As grandes empresas tecnológicas dos Estados Unidos resistem à aposta do coronavírus. Apple, Amazon, Facebook e Google superaram as expectativas em seus resultados do segundo trimestre do ano, período em que a economia norte-americana sofreu uma contração sem precedentes, segundo os dados publicados nesta quinta-feira.

A Apple reportou um aumento de 11% em seu faturamento nos meses de abril, maio e junho com relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento da demanda por aplicativos e hardware para trabalho à distância compensou a perda de receita pelo fechamento de suas lojas no mundo todo, contrariando as expectativas de uma queda no faturamento. A Amazon, cujo negócio de venda e entretenimento on-line saiu fortalecido pelo confinamento, viu seu lucro trimestral duplicar (5,2 bilhões de dólares, 26,8 bilhões de reais).

Também o negócio publicitário do Facebook desafiou a recessão, apesar de ver uma desaceleração de seu ritmo de crescimento, e seu faturamento aumentou 11%, chegando a 18,7 bilhões de dólares. O Google (representado por sua matriz Alphabet), entretanto, registrou o primeiro decréscimo trimestral em seu faturamento em 17 anos de cotação na Bolsa (2% com relação ao mesmo trimestre do ano passado), afetado por uma diminuição no investimento dos anunciantes, embora o faturamento com publicidade no YouTube e seu negócio de computação em nuvem tenham crescido.

Somados seus resultados, as quatro companhias apresentaram mais de 28 bilhões de dólares (144,37 bilhões de reais) em lucros. Os resultados das empresas tecnológicas, que resistem ao desmonte generalizado da economia dos EUA ― num momento em que muitos de seus serviços são mais solicitados do que nunca por consumidores trancados em suas casas ―, foram divulgados apenas um dia depois de seus presidentes deporem ao Congresso numa histórica audiência de cinco horas, que deixou clara a frustração dos poderes constituídos e da opinião pública com o seu crescimento descontrolado e seu papel dominante no mercado.

Somente 24 horas depois de enfrentarem duras críticas e acusações dos congressistas, o valor das quatro companhias cresce ainda mais, empurrado por seus resultados, salientando seu papel central em uma sociedade que tem medo do seu poder incontido.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_