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Icônico radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, será desmontado devido ao risco de desabamento

A instalação, construída há quase 60 anos e referência mundial em astronomia, não será reconstruída

Imagem do Observatório de Arecibo administrado pela UCF, tomada em 2019.
Imagem do Observatório de Arecibo administrado pela UCF, tomada em 2019.Servicio Ilustrado (Automático) (Europa Press)

O radiotelescópio do Observatório de Arecibo, um dos maiores do mundo e localizado no norte de Porto Rico, será desmontado depois do rompimento de um segundo cabo que sustenta a estrutura e de a equipe de engenheiros encarregada dos trabalhos de avaliação estimar que poderia desabar. A Fundação Nacional de Ciências (NSF na sigla em inglês) dos EUA, proprietária da histórica instalação, construída há quase 60 anos e referência mundial em astronomia, informou na quinta-feira por meio de um comunicado que diante do desabamento iminente não havia outra opção.

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O comunicado inclui o relatório de três empresas de engenharia contratadas para avaliar os danos causados à instalação, que não será reconstruída. O diretor da NSF, Sethuraman Panchanathan, explicou que a prioridade na tomada da decisão era a segurança, que neste momento estava comprometida pelo estado da estrutura. “Havia risco de desabamento”, disse Panchanathan, referindo-se aos três relatórios de outras tantas empresas de engenharia contratadas para avaliar. Disse que a decisão nada tem a ver com questões científicas e que ainda não há data para a desmontagem, embora deva ocorrer nas próximas semanas.

O funcionário esclareceu que a desmontagem do radiotelescópio não significará o desaparecimento do Observatório de Arecibo, infraestrutura científica que possui outras instalações que, em princípio, serão mantidas, embora a maior parte dos pesquisadores será transferida para outros centros dos Estados Unidos. O comunicado da NSF detalha que a desmontagem do radiotelescópio, de 305 metros, já começou, pois não pode ser estabilizado sem risco de desabamento.

No último sábado foi relatada a possibilidade de o radiotelescópio desabar depois do rompimento de outro cabo que segura a estrutura e a descoberta de problemas em dois outros dos cabos principais, que suportam uma carga de 900 toneladas.

A origem que finalmente levou à decisão de desmontar o radiotelescópio é a ruptura inicial de um primeiro cabo auxiliar em 10 de agosto. O rompimento de um segundo cabo, em 6 de novembro, gerou eventos até o anúncio do fim da instalação de quase 60 anos que tem sido um centro mundial de pesquisa astronômica.

Uma mensagem para o espaço

Em 16 de novembro de 1974, aconteceu em Porto Rico a transmissão mais potente jamais feita ao espaço, conhecida como “mensagem de Arecibo”. Essa ação de tentativa de comunicação com o mundo exterior fez parte da comemoração da atualização do Telescópio de Rádio de Arecibo.

Os pesquisadores do Instituto SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre na sigla em inglês) se encarregaram da transmissão, que consistiu em uma mensagem pictórica simples, dirigida aos nossos hipotéticos companheiros que habitam o cosmos, especificamente lançada em direção ao aglomerado globular de estrelas M13. Esse objeto celeste está localizado na direção da constelação de Hércules, próximo à borda da galáxia Via Láctea, a uma distância de cerca de 25.000 anos-luz e composto por cerca de 300.000 estrelas.

A transmissão é considerada a mais potente realizada até o momento porque usou o transmissor de megawatts do radiotelescópio de Arecibo conectado à sua antena de 305 metros.

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