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PRISA refinancia a dívida até 2025 e acerta a venda da Santillana Espanha por 465 milhões

O acordo estabelece um marco para uma futura separação efetiva dos negócios da Educação e dos Meios de Comunicação

Sede do grupo PRISA na Gran Vía, Madrid.
Sede do grupo PRISA na Gran Vía, Madrid.Andrea Comas

O Conselho de Administração do PRISA (grupo que publica o EL PAÍS) aprovou os termos para o refinanciamento da dívida, que alarga o prazo até 2025 e reforça a liquidez da empresa. Ao mesmo tempo, acordou a venda do negócio de educação da Santillana de Espanha à finlandesa Sanoma por um valor do ativo de 465 milhões de euros, informou à Comissão Nacional do Mercado de Valores, órgão regulador do mercado de ações espanhol.

“Estas operações permitirão acelerar a transformação digital do Grupo, centrada nos sistemas de aprendizagem Ed-Tech, na América Latina, e nos modelos de subscrição dos seus negócios dos Média”, salienta em comunicado.

O acordo de refinanciamento da dívida prevê alargar o prazo até março de 2025, com um custo inicial de 5,5% e um custo total médio de 7% durante a vigência do contrato. Contempla a amortização de 400 milhões de dívida (ficando a dívida líquida total cortada em mais de 30%) e estabelece um marco para uma futura separação efetiva dos negócios da Educação e dos Meios de Comunicação. Com este refinanciamento, a empresa contará com cerca de 275 milhões para reforçar sua liquidez e facilitar o desenvolvimento dos planos estratégicos de negócios.

O preço pela venda da Santillana Espanha foi estabelecido sobre um valor de empresa de 465 milhões de euros, o que representa 9,6 vezes o EBITDA médio do ciclo educativo do período 2017/2019, para além dos múltiplos das principais transações comparáveis no setor. O preço será liquidado integralmente em dinheiro, na data de encerramento da operação, uma vez descontada a dívida líquida, a 30 de junho de 2020, do negócio objeto da transação, estimada em 51 milhões de euros. A venda gerarà um ganho de capital estimado em 385 milhões de euros.

O diretor-executivo do PRISA, Manuel Mirat, considera que “com estas operações, o Grupo demonstra a validade do percurso delineado, que mereceu também a confiança dos credores”. “Com a venda da Santillana Espanha, verifica-se a capacidade da PRISA de criar valor. Além disso, ao eleger a Sanoma, conseguimos que a Santillana contribua de forma notória para a conformação de um dos grandes líderes europeus no setor da Educação”, assinala Mirat em comunicado.

O encerramento da operação está pendente da obtenção da respetiva autorização das autoridades competentes espanholas, da autorização da Assembleia Geral de Acionistas da PRISA e da formalização do refinanciamento.

Após a venda do negócio da Santillana Espanha, que representa 21% do negócio do Grupo Santillana, o Grupo concentrará os seus esforços no impulso dos sistemas de aprendizagem na América Latina. A Santillana é a única operadora global de educação presente em todos os países da América Latina, onde tem uma posição e proposta de valor únicas, projetando para outros mercados os modelos de subscrição desenvolvidos no Brasil e alcançando através deles um total de 1,7 milhões de alunos na região, com um crescimento de 25% no último período anual.

O processo de digitalização empreendido pelo Grupo PRISA também revela resultados positivos na área dos Meios de Comunicação, em que o jornal diário EL PAÍS conta já com mais de 115 000 assinantes, dos quais 68 500 são exclusivamente digitais. O jornal AS é líder digital graças ao seu forte crescimento na América Latina.

O Conselho do PRISA considera que os acordos adotados permitirão que o Grupo se possa concentrar no futuro, dando prioridade à gestão e valorização com bases firmes e sustentáveis nos seus dois negócios de Educação e Meios de Comunicação. “Como já foi referido na passada Assembleia Geral, ambos têm um elevado potencial, geridos com equipas diferentes, atentos às suas características e circunstâncias específicas, que requerem capacidades e percursos distintos, estando assim em condições de atrair os recursos e o capital necessários para cada um deles”, disse a empresa em comunicado.

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