O que pensamos hoje: A pintura pré-rafaelita está na moda nos tempos que correm. Quiçá porque seu regresso à pureza das fontes antigas supõe um alívio em frente ao 'stress' tecnológico e o excesso de imagem digital. De fato, algumas destas obras atingem preços astronômicos nos leilões, como ocorreu em 2013 com “Love among the ruins”, de Sir Edward Burne-Jones (1833-1898), vendida por 17 milhões de euros. Isso para não falar do revival de William Morris que invocou Loewe.
O que disseram então: A pretensão de regressar a um ponto anterior ao maneirismo foi bastante discutida, e seus resultados foram acusados não só de conservadores, mas também de feios. Como prova, destacamos a reação diante a esta obra de Millais (o autor da célebre “Ofélia”) por parte de um inimigo com tanto peso quanto o romancista Charles Dickens, que em sua revista Household Words a descreveu assim: “uma horripilante, chorosa criança ruiva com o pescoço ladeado e em camisola que parece ter recebido um empurrão que q jogou em um riacho próximo, incorporando para a contemplação de uma mulher ajoelhada, tão horrível em sua fealdade (supondo que fosse possível, nem por um momento, que existisse uma criatura humana com essa garganta deslocada) que se destaca do resto da companhia como um monstro no cabaré mais vil da França ou na loja de gim mais vulgar da Inglaterra”.