“Fui expulso do PT, mas votei em Haddad contra o fascismo”
Não me faltam argumentos para criticar o partido que sempre acobertou as falcatruas de Lula. Mas sou obrigado a reconhecer que esse partido governou o país durante 13 anos respeitando a Constituição
Fui preso político de 1969 a 1974. Fui torturado e testemunhei a violência da ditadura militar. Meus melhores amigos e companheiros foram brutalmente assassinados. Libertado em dezembro de 1974, passei a militar junto à oposição metalúrgica de São Paulo. Participei como intelectual orgânico e testemunha das lutas daquele período que levaram à criação do Partido dos Trabalhadores.
Participei diretamente da construção do PT. Hoje, sou ex-petista. Fui expulso do partido em 1998, o que muito me orgulha. Não me faltam argumentos para criticar o partido que sempre acobertou as falcatruas do ex-líder sindical metalúrgico. Não tenho qualquer simpatia por Lula e o lulismo.
Embora disponha de muitos argumentos contra Lula e o PT, sou obrigado a reconhecer que esse partido governou o País durante 13 anos respeitando a Constituição. Essa constatação é um comprovante fático de seu respeito à democracia. Apesar de manifestações extemporâneas por parte de seus dirigentes, o PT tem respeitado as regras do jogo democrático. Religiosamente.
Já o capitão reformado tem sistematicamente afirmado e reafirmado ao longo dos anos sua falta de compromisso com valores democráticos. Zuenir Ventura selecionou citações esclarecedoras em artigo no O Globo, tipo “Eu sou favorável à ditadura, tu sabes disso (1991, na TV). “O erro da ditadura foi torturar e não matar” (2016, na TV). Ou, “Deveriam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente FHC” (1999, na TV).
Uma facada, porém, fez com que Bolsonaro passasse a jogar parado, longe de debates e da ribalta. Os poucos segundos que disporia na TV se transformaram em uma exposição permanente. Intervenções programadas e dirigidas por seus marqueteiros colocaram o capitão reformado no centro das atenções. Tanto na TV como nas redes sociais. O final será entre Bolsonaro e Haddad. Não há mais opções. No primeiro turno, votei em Marina (Rede) por considerá-la porta-voz de uma proposta de abrangência global e sustentável. No segundo turno, eu votei democraticamente contra o fascista representante das vivandeiras de 1964.
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