Facebook elimina 650 páginas falsas ligadas à Rússia e ao Irã que procuravam influenciar vários países
Campanha de desinformação era dirigida aos EUA, Oriente Médio, América Latina e Reino Unido
O Facebook eliminou 652 páginas, grupos e contas falsas de duas campanhas de desinformação não vinculadas —organizadas por Rússia e Irã— dirigidas a pessoas em todo o mundo, anunciou a empresa nesta terça-feira. Diferentemente das operações identificadas anteriormente, cuja origem era situada na Rússia, agora são dois os países que abrigam hackers e múltiplos alvos, de acordo com a empresa de segurança cibernética FireEye.
“Eliminamos 652 páginas, grupos e contas por causa de comportamentos não autênticos coordenados que se originaram no Irã e eram veiculados através de vários serviços de Internet no Oriente Médio, na América Latina, no Reino Unido e nos EUA”, diz em seu blog Nathaniel Gleicher, diretor de segurança cibernética da rede social.
Poucos dias atrás, o Facebook encerrou 32 páginas e perfis falsos na rede social e no Instagram por integrarem um esforço “coordenado” para espalhar desinformação sobre questões políticas e sociais críticas para Donald Trump. Embora ainda não se saiba de onde são os hackers, cujas mensagens alcançaram 290.000 usuários, Mark Zuckerberg revelou que o padrão guarda alguns paralelos com a ação dos hackers russos durante a campanha de 2016. Naquele ano, foram criados centenas de perfis falsos para compartilhar mensagens polêmicas em questões relacionadas a raça, controle de armas e meio ambiente. O objetivo era favorecer Trump.
O episódio das últimas eleições presidenciais é um alerta para as empresas tecnológicas às vésperas das eleições legislativas em novembro. Os serviços de inteligência já advertiram que, provavelmente, haverá novas tentativas de interferência de hackers russos e estão trabalhando para descobrir qualquer ataque a quatro meses das eleições nos EUA.
A revelação do Facebook vem um dia após a Microsoft anunciar a eliminação de seis sites criados pelo grupo russo APT28. Dois dos sites falsos imitavam os think tanks de Washington que criticaram a Rússia: o Instituto Republicano e o Instituto Hudson. Os outros passavam por sites relacionados ao Senado dos EUA. O objetivo era fazer os usuários acreditarem que estavam acessando sites conhecidos quando, na realidade eram redirecionados a sites falsos onde os hackers poderiam roubar suas senhas e outros dados.
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